OESP, Vida, p.A30
21 de Mai de 2005
Pará ganha mais cinco reservas extrativistas
Lisandra Paraguassú
O governo federal anunciou ontem a criação de mais cinco reservas extrativistas no Pará, quatro delas no litoral e uma em área de floresta. No total, as áreas alcançam 603 mil hectares, chegando a cerca de 6 milhões de hectares apenas para esse tipo de reserva.
As áreas reservadas para extrativismo são regiões onde os ecossistemas são protegidos, mas as populações tradicionais locais podem retirar frutos, peixes, castanhas, óleos e até madeiras, desde que isso seja feito dentro de um limite que não esgote os recursos naturais. A exploração é feita pelas comunidades locais e não há exploração por empresas.
Nas quatro reservas litorâneas, as áreas protegidas são de mangue, onde a atividade econômica é a pesca. Elas estão nos municípios de Augusto Corrêa, Bragança, Viseu e Tracuateua. Na reserva de Mapuá, a área de proteção pretende preservar as matas marajoaras, que ficam no município de Breves, na Ilha de Marajó.
"Precisamos garantir o uso sustentável da floresta e frear o desmatamento. Não há como reverter o desmatamento somente com medidas de controle. Ações de ordenamento territorial são imprescindíveis, assim como o combate à grilagem", disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
DOAÇÕES
As reservas extrativistas, criadas no Brasil, foram elogiadas pelo presidente mundial da organização não-governamental WWF, Claude Martin, presente à cerimônia. "São barreiras para o avanço do desmatamento e muito importantes para a redução da pobreza rural. Podem ser usadas como um padrão para o mundo", disse.
Durante a cerimônia no Palácio do Planalto, que serviu para marcar a comemoração do Dia Mundial da Biodiversidade, o programa de áreas protegidas da Amazônia (Arpa) recebeu a doação de US$ 3,3 milhões do Fundo para o Meio Ambiente Global, operado pelo Banco Mundial, e outros US$ 3,3 milhões da WWF. A ONG anunciou, ainda, que vai investir mais US$ 6,7 milhões no programa das Arpas até 2007. Os recursos são gerenciados pelo Fundo Brasileiro para Biodiversidade, uma organização fora do governo.
De acordo com Marina, o governo federal cumpriu, com quase dois anos de antecipação, a meta de criar 9 milhões de hectares de áreas de conservação integral no País, aquelas em que não pode haver nenhum tipo de exploração. Até agora, o programa - que inclui não apenas as reservas extrativistas - criou 23 áreas, alcançando 16 milhões de hectares.
OESP, 21/05/2005, p. A30
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