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Para evitar queimadas em parque, brigadistas usam 'fogo contra fogo'

G1 - http://g1.globo.com/
07 de Jul de 2013

Brigadistas recrutados pelo Instituto Chico Mendes, responsável pelo Parque Nacional das Emas, estão fazendo um trabalho diferente para combater focos de incêndio na reserva, que é patrimônio natural da humanidade. Na mata fechada, eles abrem "aceiros" e usam o próprio fogo de forma controlada para tentar minar os focos de incêndio.

O parque é considerado a maior área de Cerrado preservada do país, com uma área de mais de 123 mil hectares. O local ocupa nas cidades de Mineiros e Chapadão do Céu, em Goiás, e em Costa Rica, no Mato Grosso do Sul. Para evitar grandes queimadas, os aceiros são abertos em 14 talhões. É colocado fogo em 350 km de mata, que serve como barreira para evitar que incêndios aconteçam no local.

A prevenção ganha ainda mais fundamento visto o histórico o parque. Em agosto de 2010, um grande incêndio destruiu mais de 90% da área. Foram vários dias para apagar o fogo. Muitos animais morreram e os que conseguiram fugir ficaram sem abrigo e alimentação.

O técnico ambiental José Carlos Bernardo diz que esse não foi a única grande queimada que viu no parque. "Não presenciei só este [incêndio] em 2010. Em 1994, queimou 100% do parque em dois dias. é muito triste porque o nosso trabalho aqui é defender a mata", afirma.

O trabalho exige muita rapidez. Enquanto os 30 brigadistas ateiam fogo, dois carros-pipa e outros voluntários com abafadores acompanham tudo de perto. As queimadas controladas começam sempre no meio da tarde e vão até o começo da madrugada. O trabalho só deve terminar no meio deste mês.

Animais

Antes de colocar fogo nos talhões, é feita uma varredura para retirar os animais. Mesmo assim, em alguns casos, não é difícil flagrar alguns deles fugindo das chamas.

"Se tem algum animal em perigo a gente retira. Fazemos uma prevenção para os animais que são visíveis. Pode ocorrer de alguma espécie ficar presa, mas é uma questão de sobrevivência para maior parte deles", diz Marcos Cunha, diretor dos brigadistas.

Até o fim do trabalho, a rotina vai ser pesada. Mas ninguém reclama, pois sabe que esse esforço é para proteger um patrimônio valioso. "É gratificante porque estamos preservando o meio ambiente, a vida dos animais e também a humanidade", estima a brigadista Carine da Silva Barboza.

http://g1.globo.com/goias/noticia/2013/07/para-evitar-queimadas-em-parq…

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