Folha de Boa Vista-RR
08 de Dez de 2001
"A Amazônia hoje já esta internacionalizada", declarou o deputado federal Antônio Feijão (PSDB-AP). Justifica a idéia dizendo que no momento em que uma sociedade que historicamente tem a posse territorial e autodeterminação política não pode desenvolvê-la, está caracterizada a internacionalização.
O parlamentar explica que ninguém deve esperar este processo com emprego de bombardeiros e mísseis, mas, restringindo a ocupação econômica de seu território. "Do ponto de vista econômico e da autodeterminação do próprio brasileiro, já estamos internacionalizados".
Feijão destacou que o Exército Brasileiro é o marco principal de patriotismo e de grandeza da nação. Na Amazônia, se confunde com o Estado instituído, por isso devem fortalecer esta relação. Lamentou que o debate promovido pela 1ª Brigada não aconteça na sociedade civil, através do Congresso Nacional. "Roraima é a última trincheira de resistência do Brasil e contra este processo de internacionalizar o direito de possuirmos a Amazônia. Se Roraima cair, o Brasil perde a Amazônia".
O parlamentar comentou que, na Câmara, a Amazônia Legal tem 81 deputados federais, contra 513 das demais regiões brasileiras. O Senado, nos três últimos mandatos, teve cidadãos da Amazônia: José Sarney, Jader Barbalho e Rames Tebet, mesmo assim, não há uma reação dos senadores.
"Boas exceções à parte, nos precisaríamos que uma consciência coletiva do Senado defendesse a Amazônia não como região, mas como território nacional. Portanto, o Congresso Nacional está falhando por falta de uma consciência coletiva sobre a importância da Amazônia e da sua soberania", disse Feijão.
REDIVISÃO - O deputado considera um erro grave tentar a redivisão geopolítica da Amazônia da forma como vem sendo feita. Entende que o Brasil precisa fazer um novo pacto federativo, dando mais autonomia aos estados, com isso seria desnecessário pensar no aumento do número de parlamentares.
"No Congresso trava-se uma luta para aumentar o número de deputados de São Paulo e ao mesmo tempo há a tentativa de redividir a Amazônia para também aumentar o número de deputados e senadores. Os estados do Centro-Sul não aceitam e já existe um projeto pretendendo reduzir a bancada da Amazônia. Não precisamos de redivisão, mas de desenvolvimento através de políticas apropriadas", comentou Feijão. (C.P.)
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