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Para Cimi, crise decorre de atraso nas demarcações

Estado de S. Paulo-São Paulo-SP
11 de Set de 2003

Representantes do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) também prevêem o agravamento dos conflitos em Mato Grosso do Sul. Mas por motivos diferentes dos citados pelos proprietários rurais. Segundo o vice-presidente da organização, Saulo Feitosa, a demanda reprimida pela demarcação de terras indígenas naquele Estado é uma das mais elevadas do País. "Os índios terenas, que apareceram na mídia com destaque nos últimos dias, são apenas uma pequena parte do problema. De 1998 a 2003, foram homologadas apenas quatro reservas indígenas, um número ínfimo diante das necessidades dos grupos indígenas no Estado", disse.

Feitosa negou as acusações dos produtores rurais de Sidrolândia de que o Cimi estaria insuflando o movimento indígena. "Isso demonstra o preconceito das pessoas que não acreditam que os índios possam se organizar", diz. "Em nosso trabalho de formação apenas procuramos mostrar aos índios quais são seus direitos, que estão na Constituição. Pode ser que isso os leve a organizar ações de reivindicação."

Para o vice-presidente do Cimi, o culpado pelo conflito é o governo federal, que não demarca as terras. "É fácil culpar o Cimi e ocultar a dívida histórica com os índios." (R.A.)

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