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Pajés dão plantão em hospital e atendem pacientes na emergência

Agência Senado
Autor: Davi Emerich
02 de Jun de 2006

A Amazônia com a sua mística contamina tudo, até mesmo os parâmetros científicos e racionais que marcam o exercício da Medicina. Contrariando todas as boas lições da academia, no hospital da guarnição do 5o Batalhão de Infantaria da Selva, na cidade de São Gabriel da Cachoeira, antes do atendimento pela emergência médica, em muitos casos, os pacientes, na maioria índios, são consultados primeiramente por pajés e, dependendo da gravidade da enfermidade, então são encaminhados aos ambulatórios.

Segundo o diretor da divisão médica do hospital, major Cid Sgardi, psiquiatra e militar, a presença dos pajés na unidade tem componente cultural, pois muitos pacientes negavam-se a fazer consultas diretamente com os médicos. Depois da chegada deles, em número de três, as resistências dos índios diminuíram e a integração hospital e comunidade melhorou bastante. Para se ter uma idéia da importância do hospital para o município, que tem território do tamanho do Reino Unido, ele conta com 22 médicos, sete farmacêuticos, 13 dentistas e outros profissionais de saúde. Atende todo mês uma média de três mil e quinhentas pessoas na emergência e mil e quinhentas no setor de Odontologia.

A mesma presença também é verificada em Tabatinga, um município com 60 mil habitantes, sede do 8o Batalhão de Infantaria da Selva, onde o hospital militar é a única unidade de saúde existente. Com mais estrutura, prédio amplo de alvenaria, o hospital atende em mais de 95% das consultas e intervenções cirúrgicas dos pacientes da comunidade, ficando o restante para a família militar. O prestígio do hospital pode ser medido ainda pelas mulheres colombianas que se dizem brasileiras para poder ter seus partos realizados na unidade. Quase todas as crianças ali nascidas de mães colombianas são registradas como brasileiras.

Estão sob o controle do Comando Militar da Amazônia sete hospitais militares na Amazônia, sem contar com as estruturas médicas dos pelotões.

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