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Países ampliam doações para prevenir desflorestamento

OESP, Vida, p. A19
12 de Mar de 2010

Países ampliam doações para prevenir desflorestamento
Volume de recursos cresceu 34% e pode chegar a US$ 4,7 bi até 2012

Andrei Netto

O volume de recursos internacionais para ações de Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação (Redd) nas maiores florestas do mundo cresceu 34% e pode chegar a US$ 4,7 bilhões (cerca de R$ 8,2 bilhões) até 2012. O acréscimo se deve às doações anunciadas por Alemanha e Espanha, além do fundo Global Environment Facility (GEF), durante a Conferência Internacional sobre Grandes Bacias Florestais, encerrada ontem em Paris. Na reunião, foram retomadas discussões por um acordo climático global e negociadores afirmaram que podem adotar uma meta mundial de redução do desflorestamento de 25% até 2015.

As novas doações elevam o total de recursos previstos, de US$ 3,5 bilhões (R$ 6,2 bilhões), para financiamento de projetos a serem realizados até 2012. Esse volume - equivalente a 20% do total disponível para combater o aquecimento global - havia sido previsto pela 15ª Conferência do Clima e era baseado em doações de seis países: Noruega, EUA, Reino Unido, França, Austrália e Japão. Até 27 de maio, quando ocorre a segunda parte da Conferência Internacional sobre Bacias Florestais, em Oslo, Noruega, a expectativa é de que o valor chegue a US$ 6,9 bilhões (R$ 12,2 bilhões).

Os mais de 30 ministros de Meio Ambiente e representantes de 64 países definiram ainda a criação de um grupo de cinco países, entre eles o Brasil, para articular um fórum sobre projetos e recursos para Redd. Até a conferência de Oslo deve ser definida a lista de projetos de combate ao desmatamento que serão candidatos aos recursos.

O ministro brasileiro, Carlos Minc, destacou a mobilização para relançar as negociações para um novo tratado climático. "Não queremos esperar por um acordo na ONU para começar o Redd." Ele também informou aos parceiros que pretende reduzir o desmatamento da Amazônia em 90% (antes ele falava em 80%), além de proteger o Cerrado e a Caatinga.

A conferência também foi marcada por duas propostas da França. A primeira diz respeito à criação de metas de médio prazo para a redução do desmatamento em nível mundial. "Nosso objetivo deve ser reduzir o desflorestamento em 25% até 2015, em 50% até 2020 e de acabar com ele até 2030", propôs o presidente francês, Nicolas Sarkozy.

O chefe de Estado francês propôs ainda que os recursos obtidos pela criação de uma taxa sobre transações financeiras - que parte da União Europeia defende - sejam destinados a programas ambientais. Além do financiamento a programas de proteção das florestas, a comunidade internacional precisa criar meios de aplicar os US$ 30 bilhões que foram anunciados em Copenhague para projetos de combate ao aquecimento global.

CARGO NA ONU

Segundo o Estado apurou na reunião, o ex-ministro de Meio Ambiente da África do Sul, Marthinus van Schalkwik, é o favorito para substituir o holandês Yvo de Boer no cargo de secretário executivo da Convenção do Clima das Nações Unidas (UNFCCC). O Brasil, até o momento, não tem candidato. A escolha do substituto de Boer será anunciada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em julho.

OESP, 12/03/2010, Vida, p. A19

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