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País precisa investir R$ 11 bi por ano em saneamento, diz FGV

OESP, Nacional, p. A12
03 de Abr de 2008

País precisa investir R$ 11 bi por ano em saneamento, diz FGV
Em 2007, foram R$ 500 mi; 53% da população não tem acesso à rede de esgoto

Moacir Assunção

O Brasil, uma das maiores economias do mundo, ainda não cumpriu uma tarefa fundamental: garantir saneamento básico à sua população. Hoje, de acordo com dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), 53% dos brasileiros não têm acesso à rede geral de esgoto.

Isso acarreta uma série de doenças de origem hídrica e joga para baixo o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro. Para mudar este panorama, de acordo com o pesquisador da FGV, Marcelo Néri, o País teria que investir, anualmente (ao longo de 20 anos), R$ 11 bilhões. No ano passado, destinou à área somente R$ 500 milhões. No Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), há a previsão de investimentos anuais de R$ 10 bilhões, mas só nos próximos quatro anos.

O temor dos especialistas é que o investimento não tenha continuidade. "Temos uma enorme dívida no setor e cada real investido na área equivale a quatro poupados na saúde. Parar equivale a retroceder", explicou o diretor da organização de interesse social (Ocisp) Instituto Trata Brasil, Raul Pinho, responsável pelo estudo.

A pesquisa também demonstra que a população não tem uma noção clara da importância do saneamento básico. "As pessoas apertam o botão da privada e consideram que o problema está resolvido, quando não é bem assim. Mais importante que programas grandiosos, o que o Brasil precisa é do PDF, uma privada decente por família", afirmou Néri, que fez a pesquisa a pedido do Trata Brasil.

Os pesquisadores pretendem colocar o tema na agenda política deste ano, quando ocorrem eleições municipais. O problema é que obras em saneamento ficam escondidas, com baixo potencial de votos. O Brasil teria que investir, de acordo o estudo, cerca de 0,63% do Produto Interno Bruto (PIB) para fazer frente às necessidades. Hoje, gasta pouco mais de 0,20%. Na velocidade atual, levaria 56 anos para reduzir à metade o déficit.

OESP, 03/04/2008, Nacional, p. A12

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