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PA: Trabalhadores ocupam estrada para pressionar Vale

Terra Magazine - http://blogdaamazonia.blog.terra.com.br
05 de Out de 2011

Trabalhadores dos projetos de assentamento Campos Altos e Tucumã, dos municípios de São Félix do Xingu e Ourilândia do Norte, no sul do Pará, ocupam desde as primeiras horas desta quarta-feira (5) a estrada que dá acesso à usina de transformação mineral da mineradora Vale.

Em Ourilândia do Norte, a Vale extrai minério laterítico de níquel e o transforma em liga ferro-níquel. As jazidas são consideradas as melhores do mundo, nas serras do Onça e Puma.

A jazida na Serra da Onça mede aproximadamente 23 quilômetros de extensão, com 3,6 quilômetros de largura. Na Serra do Puma, mede aproximadamente 22 quilômetros de extensão e 3 quilômetros de largura. Cerca de 16 quilômetros da Serra do Puma está sob domínio da reserva indigena Xikrin do Cateté.

A partir de informações de que diretores da Vale estão na localidade para visitas ao empreendimento, as famílias que se sentem prejudicadas pelo projeto e que reclamam da falta de atenção da empresa, aproveitaram para dar visibilidade às suas reivindicações.

O período de lavra está previsto para 36 anos de operação, com beneficiamento anual de 2,5 milhões de toneladas de minério, com teor médio acumulado de níquel na planta de 2,8% até o ano cinco de operação, 2,00% no ano treze e 1,75% no último ano de operação.

A Mineração Onça Puma Ltda. era subsidiária da empresa canadense Canico Resource Corp., proprietária dos direitos minerários do depósito de níquel, que foram adquiridos pela Vale.

Quatro associações de trabalhadores divulgaram a seguinte nota, destinada à Vale:

"Desde o ano de 2006 que vimos sendo assediados pelo projeto Onça-Puma, e a partir de 2008 pela Vale, no sentido de desfazermos de nossas propriedades, só que o processo tem sido seletivo, ou seja, daquelas áreas que a empresa necessita de imediato para implantação de seus empreendimentos.

Com a primeira retirada das famílias sentimos impactos sociais na área de saúde, educação, transporte e econômica,com grande isolamento, mas entendíamos que seria possível continuarmos na área, recuperando algumas perdas.

Com a segunda retirada de famílias e a implantação da usina de transformação mineral, os problemas acima citados aumentaram, inclusive com destruição dos prédios de escolas, como também apareceram os problemas ambientais.

Outro problema é que passamos a ser vigiados, ameaçados e humilhados, pelos guardas da empresa que todos os dias estão a nos perturbar, retirando a nossa liberdade.

Neste período a Vale mandou fazer um levantamento sócio-econômico que de nada nos valeu, por isto temos insistido com a empresa para que providencie o remanejamento de todas as famílias que ainda estão no PA Campos Altos, PA Tucumã e na Vila Minerasul, mas a empresa não tem levado em consideração.

Diante da situação por entendermos que não temos condições de continuar na área, exigimos da Vale, o seguinte:

Remanejamento e indenização integral e imediata das famílias que ainda se encontram no PA Campos Altos, Vila Minerasul e algumas famílias do PA Tucumã; garantia de um fundo de uso coletivo coletivo para colônia Santa Rita, para superação de suas perdas; construção de um centro de convivência(formação, cultura, lazer e produção) na colônia Santa Rita; e conclusão imediata dos projeto sociais iniciados na colônia Santa Rita.

Ourilândia do Norte (PA), 5 de outubro de 2011

Associação dos Pequenos Produtores Rurais da Colônia Santa Rita
Associação dos Pequenos Produtores Rurais do PA Campos Altos
Associação de Moradores da Vila Minerasul
Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais De Tucumã"

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