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Organizadores querem exclusão de áreas produtivas e fim de Ongs

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
07 de Jan de 2004

Insatisfeitos com o posicionamento do ministro, eles não aceitam a decisão sem antes o GTI (Grupo de Trabalho Interministerial) - designado para estudar a questão fundiária do Estado - emitir parecer.

Eles exigem que a homologação exclua as áreas produtivas, vilas, fazendas, estradas e o perímetro urbano dos Municípios Uiramutã e Pacaraima. Querem a inserção das comunidades indígenas no sistema de produção moderno.

Alegam como justificativa para esse pedido a escassez de recursos naturais que inviabiliza o modo de produção primitivo. O movimento quer garantir igualdade de condição social para o restante da população brasileira.

Exigem a expulsão das Ongs (Organizações não-governamentais) estrangeiras que em Roraima atuam na questão ambiental e indígena, por acreditarem que essas entidades entravam o desenvolvimento econômico, já que pregam o isolamento dos índios, o que na visão deles, trará a miséria como conseqüência.

Para os organizadores, é necessário que o Estado, municípios e organizações indígenas tenham autonomia para gerenciar as terras. No entendimento deles, os atuais gestores da Funai (Fundação Nacional do Índio), do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis) e do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), não comungam com os interesses do Estado, mas com que chamam de escusos.

Reivindicam ainda a não ampliação das áreas indígenas do Estado porque a expansão inviabilizaria o desenvolvimento econômico. Além disso, exigem a interiorização da energia de Guri, inclusive para beneficiar as comunidades indígenas, e a permanência do 6o PEF (Pelotão Especial de Fronteira).

"Temos convicção que a nossa proposta está fundamentada nos princípios constitucionais e legais e acima de tudo, no princípio humanitário, portanto corresponde ao anseio da população do Estado de Roraima, que através do presente manifesto levanta a bandeira da ordem e do progresso como forma legítima do povo exercer o poder diretamente", afirma o documento que era distribuído nas barreiras interditadas.

O outro documento assinado pelos produtores de grãos: "Roraima: Único Estado que não possui terra", fala da situação econômica do Estado, dependente de verbas federais. Ressalta que se o Estado destinasse apenas 10% das terras para a produção de grãos, esta área geraria em arrecadação recursos quatro vezes mais do que hoje é repassado por Brasília.

"A invasão de um país por outro começa justa e principalmente por questões econômicas. Estes países que têm tais interesses não estão errados, porque perseguem seus objetivos usando inúmeros mecanismos para fazer valer seus ideais. Errados são os governantes brasileiros que se submetem a esse tipo de política internacional. Outros grandes culpados somos nós que sabemos disto, vivemos aqui e até agora não tínhamos feito nada", assumem.

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