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Operação resgate de mogno no Pará requer paciência e muita persistência

A Tribuna-Rio Branco-AC
27 de Fev de 2002

Os 13 mil metros cúbicos de mogno extraídos ilegalmente no Pará estão sendo resgatados pelo Ibama simultaneamente em seis municípios: Juvilândia, Monte Alegre, Humaitá, Entre Rios, Carajarí e Rio Pardo. Transportada por jangadas ou simplesmente levada pelos rios Iriri, Xingu, Curuá, Carajarí, e Rio Pardo, a madeira só deverá chegar em Altamira no final de março onde será estocada em armazéns sob a vigilância do Ibama e, depois, doada, informou o coordenador da "Operação Resgate", José Leland Barroso, chefe do departamento de Fiscalização do Instituto.

A identificação e resgate dos outros 21 mil metros cúbicos de mogno que estão escondidos em vários pontos do estado e em reservas indígenas ficarão por conta da "Operação Amazônia Fique Legal" - contra desmatamentos e queimadas que reinicia seus trabalhos de fiscalização a partir de março nos nove estados da Região Norte que formam o Arco do Desflorestamento, adiantou Leland. Deste total, 2 mil metros cúbicos foram resgatados pela Operação Mogno no município de Redenção/PA.

Leland explicou que o resgate do mogno - da floresta a Altamira, requer muita paciência, persistência, e coragem. São cerca de 35 dias pelos rios para percorrer 140 km. A operação é complicada: a madeira é retirada da mata por tratores e jogada nos rios, de onde são colocadas nas jangadas com capacidade para transportar 50 toras, em média de 2,5 metros cúbicos de diâmetro.

São necessárias nove pessoas para montar cada jangada com 25 toras de 8 x 12 cm de comprimento, amarradas umas às outras com cabo de aço, e reforçadas com três grandes pinos cada. Já instaladas nas jangadas, as toras de mogno recebem a marca do Ibama e são numeradas com tinta a óleo - uma a uma. Mas o trabalho para transportar a madeira não termina aí, explica Leland.

Nos constantes estreitamentos dos rios e nas corredeiras parte das toras é desamarrada e jogada n'água para reduzir a largura e o peso das jangadas. Depois é preciso recuperá-las, colocar na jangada, e ligá-las umas às outras novamente. Até o destino, Leland acredita que isto aconteça uma centena de vezes. Às margens do rio, em Altamira, as toras são desamarradas e transportadas por caminhões até os armazéns do Ibama.

Em alguns rios com matas alagadiças e muitos igarapés, como o Carajarú, é mais fácil deixar a madeira descer solta. O problema é impedir que as toras se desviem da rota e se percam nas margens dos igarapés. "Mesmo assim, é melhor do que transportá-las em jangadas" acredita o coordenador da Operação Resgate baseado nos muitos anos de experiência e de fiscalização pelos rios amazônicos.

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