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30 de Ago de 2024
Cerca de 100 balsas de garimpo ilegal em terras indígenas foram destruídas durante a Operação Prensa, realizada na calha do Rio Madeira (AM), desde o dia 20 de agosto. A ação conjunta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Polícia Federal (PF) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) identificou que os garimpeiros estavam obrigando os indígenas a realizarem trabalhos análogos à escravidão em uma das terras indígenas. Em outras, os agentes federais verificaram que os criminosos pagavam quantias irrisórias para que as comunidades permitissem o garimpo. Os esquemas foram desmontados pelas equipes.
A Operação Prensa, encerrada nesta sexta-feira (30), é uma das maiores operações contra o garimpo ilegal já realizadas no Brasil. Agora, a PF vai buscar chegar aos financiadores do garimpo. No total, 459 balsas foram destruídas, superando o recorde do ano anterior, quando a Operação Draga Zero, realizada na mesma região, destruiu 302 estruturas utilizadas pelos criminosos. A Operação Prensa beneficia cerca de 15 mil indígenas em seis territórios tradicionalmente ocupados localizados em áreas próximas.
A atuação do garimpo polui as águas do rio e provoca danos ambientais, resultando em um impacto direto na saúde e na segurança alimentar das comunidades indígenas da região. Além disso, os criminosos invadem as terras indígenas e levam álcool e drogas para as aldeias, o que causa a desestruturação social e cultural dos povos indígenas. Também há denúncias de assédio praticadas pelos garimpeiros contra jovens indígenas.
Balsas de garimpo
As balsas ou dragas utilizadas pelo garimpo ilegal são estruturas com uma ponta chamada de "abacaxi" e uma tubulação conectadas a uma motobomba acoplada em um motor a diesel. A ponta perfura o leito do rio revirando os sedimentos, enquanto a motobomba suga a água e a despeja novamente no rio - procedimento conhecido como "arroto". Nesse processo, também é utilizado o mercúrio, que contamina a água e mata os peixes da área.
A deterioração da qualidade da água prejudica diretamente as comunidades indígenas, já que muitas dessas balsas estão localizadas em frente a territórios tradicionalmente ocupados. Os indígenas relatam que não conseguem beber essa água e, quando bebem, passam mal. Além disso, a utilização dessas estruturas causa danos também porque, de tempos em tempos, os garimpeiros trocam o óleo do motor e jogam os resíduos no rio.
Assessoria de Comunicação/Funai
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