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Operação adiada por várias vezes

A Tarde-Salvador-BA
14 de Jul de 2003

No comando de 40 agentes, que evacuaram a Fazenda Iracema, pertencente ao produtor Jaime Oliveira do Amor e área onde houve o último incidente entre índios e fazendeiros, o delegado Miguel de Moura Sena disse que a operação foi adiada várias vezes, na esperança de que os índios cumprissem a promessa de deixar as terras, se não conseguissem derrubar as liminares, como ocorreu. "Se a Polícia Federal chegasse aqui com meia dúzia de agentes ia haver resistência, por isso foi preciso esse aparato, para garantir o cumprimento da lei", justificou ele.

O clima de tensão entre pataxós e fazendeiros vem há 22 anos, na região de Pau Brasil, com liminares de reitegrações de posses e muitos conflitos, até mortes. A demarcação dessas terras remonta a 1910. Mas foi em 1926, que o Estado doou 50 léguas aos índios e, entre 1926/30, o governo e o Serviço de Proteção ao Índio (SPI) iniciarams estudos até chegar aos atuais 54,1 mil hectares da disputa.

O conflito, há notícias, tem origem nos arrendamentos de terras feitos pelo SPI, na década de 40, quando muitos funcionários foram corrompidos por fazendeiros. Estes passaram a constituir latifúndios e acabaram por expulsar os índios. Das etnias, os kamakans, baenãs e hã-hã-hães eram nômades na própria região. Os tupinambás viviam nas áreas litorâneas e os kiriris-sapuiás vieram da Aldeia Pedra Branca, na região de Amargosa, de onde foram expulsos e formaram a Aldeia Santa Rosa, em Jequié. De lá, foram para Catulé, encontraram-se com os kamakans e, em 1939, migraram par o sul da Bahia.

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