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ONU pode denunciar descaso com índios Cinta Larga, de RO

Página 20-Rio Branco-AC
Autor: Romerito Aquino
11 de Nov de 2003

O governo brasileiro corre o risco de ser responsabilizado por entidades internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU) caso a Fundação Nacional do Índio (Funai) não libere recursos para o atendimento social dos índios Cinta Larga, no vizinho estado de Rondônia. Sem esses recursos, os índios podem voltar em breve ao clima de carnificina que se formou há alguns anos em suas terras devido à corrida pelo garimpo de diamantes ali existente.

Detentor da maior jazida de diamantes do mundo, a área dos índios Cinta Larga voltou a ser cobiçada por garimpeiros e grandes empresas depois que a Funai parou com seus programas de assistência àqueles indígenas. A ameaça de nova invasão foi denunciada ontem no Senado pela senadora Fátima Cleide (PT-RO), que manifestou grave preocupação com relação à possibilidade de haver novos assassinatos e roubos das riquezas dos índios rondonienses. Segundo a senadora petista, a garimpagem na região dos índios Cinta Larga vinha sendo contida por ação da Funai, mas a falta de liberação dos recursos para o plano Pró-Cinta Larga e para ações emergenciais reanimou a exploração ilegal de minérios no território indígena, contribuindo para a prostituição e o tráfico de armas.

Para a senadora, a gravidade da situação na região é motivo de preocupação de organismos internacionais e também será objeto de avaliação por parte da Relatoria de Direitos Humanos da ONU para o Meio Ambiente entre os dias 16 e 18 deste mês. "Garimpeiros e grandes empresas ameaçam reinvadir a área e pressionam o governo para liberar a mineração no local. Ela lamentou também que os índios Cinta Larga estejam sendo pintados pela mídia local como assassinos cruéis. Isso serve apenas para patrocinar um novo genocídio com os índios daquela região", alertou a senadora do PT rondoniense.

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