CB, Brasil, p. 13
07 de Out de 2008
ONG revela desmatamento menor
A cobertura de nuvens nos estados do Amazonas, Amapá, Roraima e no norte do Pará impediu a localização, pelos satélites Cbers e Landsat, de possíveis queimadas em 36% da Amazônia Legal durante o mês de agosto. Segundo análises feitas pela organização não-governamental (ONG) Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), a queda de 63% na taxa de derrubada de florestas daquele mês em comparação com julho pode não ter refletido a realidade. "Os dados podem estar subestimados, pois não foi possível detectar a ocorrência de desmatamento em 36% da Amazônia Legal devido à existência de nuvens nas imagens Modis dessas áreas", diz o boletim da ONG.
Captadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e analisadas pelo Imazon, as imagens dos satélites mostram que, em agosto, 102km² quadrados de florestas foram devastados. Isso representa uma queda de 85% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando 663km² de matas foram queimados. Na área fotografada pelo satélite, 59% do desmatamento ocorreram no Pará, 20% no Amazonas, 6% em Roraima e outros 6% em Mato Grosso. Os demais estados contribuíram com cerca de 8% das queimadas.
A maior parte da área desmatada em agosto - 81% - ocorreu em fazendas privadas. Os assentamentos da reforma agrária localizados na Amazônia Legal, diz o Imazon, foram responsáveis por apenas 10,5% das derrubadas - contrariando a tese do Ministério do Meio Ambiente, que colocou os assentamentos como os grandes vilões da devastação. Apesar da fiscalização, nas Unidades de Conservação ocorreram 7% das queimadas e, nas terras indígenas, pouco mais de 1% (LR).
CB, 07/10/2008, Brasil, p. 13
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