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ONG pede inquérito ambiental em Petrópolis

O Globo, Rio, p.11
19 de Dez de 2005

ONG pede inquérito ambiental em Petrópolis
Maiá Menezes
O Instituto Civis, ONG que atua na preservação ambiental e do patrimônio histórico de Petrópolis, enviou ontem ao Ministério Público federal pedido de abertura de inquérito para apurar as responsabilidades pelos danos à Mata Atlântica, na Serra da Estrela, em Petrópolis. O vice-presidente do instituto, Marcos Nóbrega, disse que o avanço dos loteamentos clandestinos sem infra-estrutura de coleta de lixo e de saneamento é fruto do descaso do poder público.
— Essa situação da cascata de esgoto é absurda. A coleta de lixo e o tratamento do esgoto deveriam ser feitos pela prefeitura — disse Marcos Nóbrega, referindo-se à foto publicada no GLOBO de ontem mostrando uma cachoeira de água escura no bairro Independência.
O avanço do loteamento na floresta levou o Ibama a ingressar com ação na Justiça em 1998, pedindo a retirada das primeiras seis casas construídas no local. A gerente da Área de Proteção Ambiental (APA) de Petrópolis, Iara Valverde, do Ibama, disse que o local não tem infra-estrutura urbana. A Serra da Estrela integra a APA Petrópolis.
— Como a prefeitura não tomou medidas em relação às remoções, entramos com a ação. Não há coleta de lixo e tratamento de esgoto — disse Iara, lembrando que a maioria das casas são ocupações irregulares, mas não favelas.
Iara ressalta, no entanto, que para afirmar que a cachoeira de água preta na encosta é esgoto precisaria de um avaliação mais detalhada do local.
O deputado Carlos Minc (PT), presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa, que fez o sobrevôo na semana passada, acredita que a cascata seja mesmo de esgoto.
— Demos quatro voltas em torno da serra e vimos uma cachoeira de esgoto de um lado e o vazadouro de lixo de outro — disse o deputado.
A assessoria de imprensa da prefeitura informou que aguarda um relatório sobre o sobrevôo de helicóptero, que será usado na política de combate às ocupações irregulares. A prefeitura acrescentou que já foram demolidas, nos últimos quatro anos, 190 construções em situação irregular.
O Globo, 19/12/2005, p. 11

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