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ONG denuncia ação de laboratórios estrangeiros na Amazônia

Agência Câmara-Brasília-DF
Autor: Laycer Tomaz
06 de Abr de 2005

A secreção do sapo cambô, que é utilizada pelos povos INDÍGENAS da Amazônia como estimulante e antigripal, pode estar sendo patenteada por laboratórios estrangeiros que pesquisam a substância pirateada das florestas brasileiras. A informação foi divulgada hoje pelo representante da Associação Vida Nova na Floresta, Manoel Roque de Souza Iawanawá, em audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Biopirataria.
O deputado Henrique Afonso (PT-AC), que havia feito um questionamento sobre a secreção do sapo, mostrou-se preocupado com a apropriação desse conhecimento. Segundo ele, há informações de que essa secreção pode gerar uma revolução na indústria farmacêutica. O mesmo sentimento foi manifestado pelo deputado Dr. Rosinha (PT-PR), que também integra a CPI da Biopirataria. "Não é só a questão do sapo cambô, mas várias outras plantas ou substâncias têm sido roubadas do nosso País e levadas para o exterior para a realização de pesquisas. Sabemos que muitas dessas seivas de plantas ou secreções de animais podem vir no futuro a se tornar medicamentos ou cosméticos", disse o parlamentar, que destacou como grandes dificuldades a extensão do território e o despreparo dos órgãos policiais e de fiscalização.

Tráfico de animais
Em outra denúncia à CPI da Biopirataria, o analista ambiental José Leland Juvêncio Barroso, da Gerência Executiva do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Manaus (AM), disse que o tráfico de animais silvestres pode estar sendo mais atrativo financeiramente para a criminalidade do que o tráfico de drogas na Amazônia. O técnico do Ibama informou que os biotraficantes que atuam na Amazônia estão se especializando e são os mesmos há mais de dez anos.
A dificuldade em combater os criminosos, segundo o técnico, deve-se a uma legislação ambiental frouxa e a um vazio legal na área da biopirataria. Ele disse ainda que parte do esforço realizado pelo Ibama para levar ao Amazonas 50% dos técnicos ambientais de seu último concurso está sendo perdido. Atualmente, a maior parte dessa mão-de-obra está conseguindo transferência para seus estados de origem.
O analista ambiental disse ainda que a fronteira entre os estados do Amazonas, Mato Grosso e Rondônia, com a invasão de grileiros, é uma das áreas de mais intenso desmatamento no País. Barroso ressaltou, porém, que a região nordeste do Amazonas é a nova fronteira de desmatamento, neste caso praticado por grandes madeireiras

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