VOLTAR

Onde estamos e o que queremos

Revista Brasileiros n. 85, ago., 2014, p. 52-59
Autor: RICARDO, Beto; SANTILLI, Márcio
31 de Ago de 2014

Onde estamos e o que queremos
Meio Ambiente e Energia no Brasil: os desafios

Marcos Grinspum Ferraz
Brasileiros ouviu a opinião de especialistas sobre quais as diretrizes que deveriam guiar as políticas do País nestas áreas nos próximos anos

Dos 178 países que estão na pesquisa de 2014 do Environmental Performance Index (EPI), o Brasil está no 77o lugar entre os que lidam melhor com o meio ambiente. A posição é ruim não só se comparada a países ricos, como Suíça (1o) ou Alemanha (6o), mas também a países com realidades socioeconômicas mais próximas, como Chile (29o) ou Egito (50o). No índice Clima e Energia, que trata de emissão de CO², intensidade de carbono e acesso a eletricidade, o País está em 57o lugar, atrás de países como Espanha (4o) e Noruega (10o), mas melhor do que o México (63o), a França (66o) e a Austrália (71o). A Brasileiros ouviu a opinião de especialistas sobre quais as diretrizes que deveriam guiar as políticas do País nestas áreas nos próximos anos, independentemente de quem for eleito. Leia abaixo:

Meio ambiente e energia

"A agenda socioambiental não pode mais ser tratada como um acessório compensatório das demais políticas. Precisa deixar de ser uma 'área' e passar a integrar o centro da estratégia de país. Por exemplo, as negociações sobre a mudança do clima deverão determinar providências que afetarão todas as economias do mundo e exigirão do Brasil uma revisão profunda da sua estratégia de desenvolvimento e de inserção no mundo contemporâneo. Não se trata mais de uma agenda setorial, embora abarque um vasto conjunto de políticas e demande diversas ações que podem ser consideradas setoriais, tais como: desenvolver programas de escala para produção de energias limpas, revigorar programas de incentivo aos biocombustíveis, melhorar a qualidade socioambiental dos projetos de infraestrutura, descarbonizar a agricultura, rever prioridades das políticas de mobilidade urbana, regularizar a situação fundiária, concluir a demarcação de terras indígenas e consolidar as áreas protegidas, zerar o déficit em saneamento básico, reduzir o desmatamento a níveis inferiores aos da nossa capacidade de restaurar florestas, recuperar os mananciais, estabelecer metas de redução das emissões de gases estufa e mecanismos de compensação entre os diversos segmentos da economia, investir pesado em ciência, tecnologia e inovação apropriadas às necessidades do País, viabilizar a economia florestal sustentável, multiplicar a capacidade do País em reciclar o lixo, fomentar a diversidade cultural associada à diversidade biológica, de biomas, de paisagens, e assim por diante."

Beto Ricardo e Márcio Santilli são fundadores do Instituto Socioambiental (ISA).

Revista Brasileiros n. 85, ago., 2014, p. 52-59

http://www.revistabrasileiros.com.br/2014/09/meio-ambiente-e-energia-no…

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.