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Omissão da Funai já compromete os índios

Estadão do Norte-Porto Velho-RO
25 de Jun de 2002

Apesar de os dirigentes da Funai - a Fundação Nacional do Índio - apregoarem o contrário, as 42 reservas indígenas existentes em Rondônia continuam totalmente invadidas por garimpeiros, madeireiros e grileiros. Cerca de 7 mil índios (de 36 etnias contactadas e oito isoladas) não contam com políticas públicas nas áreas de saúde, educação e alternativas econômicas.
O novo administrador executivo regional da Funai, Rômulo Siqueira de Sá, assumiu há pouco tempo e não conhece a real dimensão do problema. O que se sabe é que inúmeras denúncias têm sido feitas pelas lideranças indígenas, mas nada tem sido feito para a preservação das terras e das culturas dos aborígenes da região.
Para se ter idéia da gravidade do problema, é a invasão da área indígena dos Cinta-Largas, no município de Cacoal - e que foi amplamente divulgada pela mídia nacional. O assessor da Coordenação da União das Nações e Povos Indígenas de Rondônia (Cunpir), Iremar Antônio Ferreira, disse ontem que dois índios pagaram com a vida por um "negócio" não permitido embora, "tolerado e, inclusive, com a conivência de funcionários do órgão indigenista oficial".
Sobre as invasões de grileiros e madeireiros, a área mais atingida é a dos Uru-Eu-Wau-Wau, na região de São Miguel do Guaporé. De acordo com denúncias da Cunpir, dezenas de caminhões de madeireiros saem diariamente das terras indígenas, "nessa região e, embora, tenha posto do Ibama no local, os funcionários do órgão nada fazem".
A Funai, por sua vez, alega que não recebe recursos suficientes para manter seus postos de vigilância em funcionamento. "Felizmente, após a prisão de dezenas de invasores no início de 2001, na região de Campo Novo (rio Floresta), e com barreiras de fiscalização, houve uma parada nas invasões que eram constantes. Contudo, os prejuízos com desmatamento e entulhamento de igarapés permanecem no local até hoje", reclama o assessor da Coordenação da Cunpir.

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