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Óleo da CSN vaza e atinge o Paraíba

O Globo, Rio, p. 17
27 de Jan de 2012

Óleo da CSN vaza e atinge o Paraíba
Segundo empresa, barreira impediu a contaminação das águas do rio

Dicler de Mello e Souza
granderio@oglobo.com.br

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) anunciou ontem que houve vazamento de óleo da Usina Presidente Vargas, em Volta Redonda, no Sul Fluminense.
Segundo a companhia, o produto escorreu para o Rio Paraíba do Sul, mas ficou retido na barreira de contenção RP-15, principal emissário da empresa, instalado à altura do bairro Vila Mury.
Segundo a CSN, o acidente ocorreu na madrugada de ontem, no setor de carboquímicos durante procedimentos rotineiros de manutenção, e controlado meia hora depois. A empresa não informou o volume derramado, mas assegurou que foi pequeno.
O presidente da Cedae, Wagner Victer, garantiu que não há risco para o fornecimento de água do Rio e demais municípios abastecidos pelo Paraíba do Sul:
- Nossos técnicos fizeram coleta em Pinheiral e estão em Barra do Pirai para detectar qualquer alteração de qualidade da água. Estamos de prontidão para qualquer anormalidade.
A presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, disse ontem que técnicos do órgão estavam avaliando a dimensão dos danos do vazamento no Paraíba do Sul.
A siderúrgica anunciou que até a noite de ontem retiraria todo o produto que vazou da barreira de contenção. A CSN explicou que o óleo usado para retirada de gás na coqueria da usina de benzol teria se misturado à água de resfriamento e permaneceu retido nas barreiras físicas do emissário que leva a água ao rio.
Equipes da fiscalização da Superintendência Regional do Médio Paraíba e do Serviço de Operações de Emergência (Sopea) do Inea estiveram na empresa ontem para avaliar os danos. De acordo a CSN, o vazamento teria durado cerca de 20 minutos. O óleo estava localizado em duas torres de resfriamento, com cerca de 15 litros cada uma. Após a constatação da presença do óleo, através da câmera instalada no emissário, a CSN fez a sucção do material retido nas barreiras de contenção.
Fiscais do Inea também percorreram o rio até a captação de água do Pinheiral. Testemunhas teriam presenciado vestígios de óleo na área, mas a equipe não constatou a contaminação da água, do solo ou da vegetação às margens do rio.
Vazamento em 2010 afetou abastecimento de água
Em agosto de 2009, a CSN foi multada em R$ 5 milhões pelo vazamento de grande quantidade de óleo que afetou o Paraíba do Sul e por danos ao meio ambiente.
O acidente também ocorreu no setor de carboquímicos. Na ocasião, o Inea ainda aplicou multas diárias de R$ 50 mil enquanto a empresa não resolvesse o problema.
Também na ocasião, a secretária do Meio Ambiente, Marilene Ramos, determinou que a CSN contratasse uma empresa de auditoria ambiental para as investigações sobre o vazamento. A siderúrgica voltou a ser punida com multa de R$ 20 milhões, em 27 de novembro de 2010, após o vazamento de resíduos de carvão mineral, considerados tóxicos, no Paraíba. A captação de água nas estações da Cedae de Pinheiral e Vargem Grande teve que ser suspensa.
- No caso de hoje (ontem) o Inea está pensando em não aplicar multa, porque técnicos do órgão monitoraram o rio até Pinheiral, cidade na divisa com Volta Redonda, e não encontraram manchas de óleo - informou a assessoria do Inea.

O Globo, 27/01/2012, Rio, p. 17

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