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Oficina de arte vai ajudar pacientes na Casa do Índio

O Liberal-Belém-PA
15 de Mar de 2005

Desenho, pintura e bijouterias são algumas das atividades que vão passar a fazer parte das pessoas de comunidades indígenas que precisam hospedar-se na Casa de Saúde do Índio (Casai), em Icoaraci. Durante toda esta semana, os hóspedes da casa participaram da oficina de artes plásticas promovida pela fundação Nacional de Saúde (Funasa), que há cinco anos passou a cuidar da saúde indígena. A chamada "Oficina de Terapia Recreativa" tem o objetivo de estimular e melhorar o estado psicológico de pacientes e acompanhantes que são obrigados a vir a Belém para tratamento médico, chegando a ficar dias longe de suas tribos e suas famílias.

A oficina também marcou o início das comemorações da Funasa pelo Dia do Índio, comemorado no dia 19 deste mês. Os materiais trabalhados na Casai esta semana serão expostos a partir da próxima segunda-feira na sede da Funasa em Belém, na avenida Visconde de Souza Franco. São pinturas em grafismos, desenhos e confecções de materiais como pulseiras, colares e outros adornos, todos inspirados em cada uma das etnias que passam pela casa. Ontem havia índios das etnias Kaiapó, Tembé, Wai-Wai, Assurini, Xipaia, Xicrin, Kaapó e Munduruku, entre outras.

A coordenadores regional da Funasa, Rosimary Teixeira, explicou que a idéia é tornar a oficina parte da rotina, inicialmente com uma semana de atividades a cada mês. Os materiais da oficina, como tintas, pincéis e pedras foram adquiridos pela Funasa, que já está à procura de parceiros para ampliar o volume de materiais ofertados. "Estamos abertos a todas as parcerias, de entidades, empresas e universidades. Essa é uma atividade que melhora sensivelmente o estado dos pacientes em tratamento, tivemos uma resposta muito positiva", afirmou ela, sobre a reação dos participantes da oficina.

O destaque entre os trabalhos ficou por conta do artista plástico Pituko Waiãpi, que coordenou o trabalho de pintura. Da etinia Waiãpi, da região do Amapá, Pituko é um morador da casa e pinta com a boca. Por causa da poliomielite na infância, ele perdeu o movimentos dos braços e pernas. Pituko recebeu a oficina com intimidade e concluiu ontem o trabalho, uma pintura de óleo sobre tela. Ele conta que aprendeu a pintar sozinho, incentivado por um médico do Hospital Saraha Kubitischek, em Brasília, em uma de suas tentativas de recuperar os movimentos das pernas.

Pituko já expôes em salões para deficientes físicos e salões tradicionais em diversos estados brasileiros. Uma de suas telas foi escolhida para participar de um salão de arte esta semana no Rio de Janeiro, para o qual ele não viajou por falta de patrocínio. "Compensei essa ausência com as atividades da casa. Apesar das dificuldades, tenho superado os meus problemas com a pintura", diz Pituko, que pinta inspirado em diversas etnias. A exposição na Funasa permanece até a terça-feira, 19.

Depois os materiais produzidos farão parte da decoração do prédio e da Casai, que terá ainda outras ações culturais no Dia do Índio. Na mesma data a Funasa também participa da entrega de uma obra de abastecimento de água na aldeia Acará-Miri.

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