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Observadores temem fracasso na Conferência sobre Biodiversidade

Envolverde - www.envolverde.com.br
Autor: Livia Duarte
27 de Out de 2010

Desde o dia 18 de outubro acontece, em Nagoya, no Japão a décima edição da Conferência das Partes da Convenção da Organização das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (COP-10). O encontro segue até o dia 29 e reúne 193 países que debaterão sobre questões ambientais importantes para o planeta. O evento também reúne movimentos sociais, ambientalistas e pesquisadores de toda a parte do mundo interessados o resultado dessa conferência.

Nesta segunda-feira (25), o evento foi ma rcado pela irreverência, mas também pela crítica com o "Dodo Award", o Prêmio Dodô. Recebido pelo Canadá e União Européia, o troféu da rede de ativistas e ONGs CBD Alliance não é motivo de alegria. Ele foi entregue para os países que vêm barrando avanços nas negociações que têm o objetivo de diminuir a perda da biodiversidade.

O Brasil passou perto de receber o troféu pelas posturas com relação aos agrocombustíveis. É que o país não aceita barreiras para a produção dos combustíveis feitos de plantas. Há preocupação sobre esse assunto porque os agrocombustíveis são produzidos principalmente em grandes monoculturas, consumindo agrotóxicos e gerando diversos danos para a natureza e às populações.

A conferência da Convenção de Diversidade Biológica (CDB) é um dos espaços de discussão mais importantes para a conservação da natureza no âmbito das Nações Unidas. Ela foi criada no Rio de Janeiro, em 1992, e ratificada pelo Brasil no ano seguinte. Assim, podemos dizer que é uma espécie de irmã da famosa Conferência do Clima, onde se discute o protocolo de Kyoto e as metas de redução de emissões que causam o aquecimento do planeta. A terceira conferência criada na Rio-92 trata do problema da água e da desertificação do planeta.

Há três pontos considerados os mais importantes no debate. Um dos pontos mais importantes em debate nesta décima conferência da CDB é a criação de metas para a diminuição no índice recorde de perda de biodiversidade até 2020. As metas que foram acordadas para 2010, que é o Ano Internacional da Biodiversidade, não foram alcançadas por nenhum país. O Brasil apenas atingiu quatro entre 51 metas completamente. Outras metas, como a criação de áreas protegidas, foram atingidas parcialmente.

O segundo ponto diz respeito a acordos econômicos que garantam a aplicação desta meta até 2020. E o ponto considerado por muitos como o mais polêmico e difícil é o protocolo de Acesso e Repartição de Benefícios da Biodiversidade (ABS). O protocolo é considerado uma lei internacional e neste caso afeta diretamente comunidades tradicionais, como os indígenas; e também indústrias, especialmente a de medicamentos e cosméticos.

Para saber mais, acompanhe a cobertura especial com áudios e textos em português e espanhol da Agência Pulsar.

http://www.envolverde.com.br/materia.php?cod=82790&edt=13

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