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Observação de bichos dá lucro

OESP, Vida, p. A30
25 de Mar de 2006

Observação de bichos dá lucro
Estudo critica o Brasil por não explorar o ecoturismo

Herton Escobar

O Brasil desperdiça uma enorme oportunidade econômica ao não investir na biodiversidade como atrativo para o turismo internacional. Segundo um relatório divulgado ontem pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), vários países ganham milhões de dólares com atividades que envolvem a observação da vida selvagem. "É a prova de que os animais valem muito mais vivos do que mortos", disse Richard Tapper, autor principal do estudo.

O relatório Observação de Vida Selvagem e Turismo destaca 12 projetos de sucesso no mundo envolvendo baleias, pássaros, guepardos, arraias, tubarões, borboletas e até vaga-lumes.

Na Tanzânia, por exemplo, a observação de animais no Serengeti africano é uma indústria de US$ 5,5 milhões. Na Alemanha, o Parque Nacional de Muritz atrai 600 mil pessoas por ano, que injetam 13 milhões na economia local. Nas Ilhas Maldivas, o preço de um tubarão na rede de um pescador rende US$ 32. No mar, onde pode ser observado por turistas mergulhadores, chega a render US$ 32.500 por ano, segundo o empresário Wolf Michael Iwand, diretor da Tui, maior agência de turismo do mundo.

Um dos projetos elogiados na publicação é o da observação de tartarugas marinhas do projeto Tamar, que arrecada perto de US$ 500 mil em seus vários centros de visitantes na costa brasileira. Para Iwand, entretanto, o Brasil poderia fazer muito mais com sua biodiversidade. "O País não se esforça para ser conhecido; ainda é mais famoso pela garota de Ipanema e por seus problemas de segurança."

Investir em conservação associada a ecoturismo, para Tapper, seria um modo mais simples de o País aproveitar a biodiversidade, em vez de se preocupar tanto com bioprospecção e biopirataria.

OESP, 25/03/2006, Vida, p. A30

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