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OAB/MS promove ato contra genocídio de índios

Midiamax
17 de Jan de 2008

A OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional de Mato Grosso do Sul) está estimando a participação de 500 pessoas no ato "Respeite o Índio - Genocídio Não", que será realizado nesta sexta-feira (dia 18) a partir das 9 horas, em sua sede em Campo Grande.
No ato, a OAB/MS pretende lembrar que 76 indígenas foram assassinados no Brasil em 2007, 63% mais casos do que os 48 registrados em 2006. Mais da metade ocorreram em Mato Grosso do Sul, que detém o triste recorde mundial com 48 assassinados no Estado em 2007, 150% mais comparando aos 20 registrados em 2006.
Para comparar, o segundo estado em número de casos é o Pernambuco, com 8 assassinatos, conforme dados do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) que divulgará em abril o Relatório de Violência contra Povos Indígenas no Brasil.
O ato será marcado por abraço simbólico às causas indígenas que circundará a sede da OAB. A organização pretende reunir pelo menos 500 pessoas entre advogados e lideranças indígenas de todas etnias e regiões do estado. Lideranças indígenas nacionais como Marcos Terena, diretor-presidente do Memorial dos Povos Indígenas do Brasil, e o grande cacique dos xavantes Jeremias Tsibodó Wapre, confirmaram presença e vêm de Brasília especialmente para o evento.
Manifestaram também apoio ao ato, o cacique Raouni Metuktire, do Alto Xingu; o cacique Megaron, do Baixo Xingu; e o líder yanomami Davi Kopenawa. Durante o ato, a OAB divulgará uma "Carta Aberta ao Povo de Mato Grosso do Sul". "O objetivo da classe dos advogados de Mato Grosso do Sul é mostrar à opinião pública que o que está acontecendo com os índios hoje pode acontecer com todos os segmentos vulneráveis amanhã. É preciso romper este círculo de violência que expõe a face mais cruel da insensibilidade da sociedade e, principalmente, das autoridades públicas", afirmou hoje o presidente da OAB/MS, Fábio Trad. E acrescentou: "Cada índio que tomba assassinado ou enforcado pela miséria e pela fome é uma mancha inapagável na imagem do País."
Conforme a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da OAB/MS, Delasnieve Miranda Daspet de Souza, da coordenação, o ato será aberto com um ritual de índios guaranis ao "Deus Tupã", seguindo-se o Hino Nacional, tocado por Bibi do Cavaco e cantado em aruaque (língua terena e kinikinuwa). Em seguida o Canto da Paz será executado pelo acadêmico Marcelo Dias, acompanhado no violão pelo professor de música Marcelo Marques,
ambos da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).
Depois, o cantor e compositor Geraldo Espíndola cantará "Kikiô", de sua autoria, e o grupo musical Olho de Gato vai cantar "Extermíndio". Danças indígenas masculina e feminina estão previstas. A programação prevê ainda apresentação da dança terena Bate-Pau, seguida de declamação da poesia "A Terra", pela índia terena Tereza.
Haverá também um jogral escrito pela advogada e poetisa Delasnieve Daspet de Souza a ser executado por meninos e meninas índios aldeados da Água Boa e Marçal de Souza (aldeias urbanas) e pelo pajé guarani Nito Guarani e pelo pajé kinikinauwa Albino Pereira Cece.
Delasnieve vai recitar o poema "Sou o vento que anda", acompanhada de indígena executando o instrumento musical buiuna (flauta sagrada), que reproduz o som do vento. Em meio à programação cultural haverá pronunciamentos do presidente seccional da Ordem, Fábio Trad, e do administrador regional da Funai (Fundação Nacional do Índio), Claudionor do Carmo Miranda.

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