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O shake amazônico que atraiu Bela Gil e Alex Atala

Capital Reset - https://capitalreset.uol.com.br/amazonia/bioeconomia
18 de Dez de 2023

O shake amazônico que atraiu Bela Gil e Alex Atala
Mazô Maná lança seu primeiro produto com ingredientes amazônicos e tem fatia acionária reservada para comunidades tradicionais

Ilana Cardial
18 de dezembro de 2023

Por que dois chefs reconhecidos por militar a favor de comida de verdade e promover ingredientes brasileiríssimos associariam seus nomes a um shake de ingredientes processados daqueles que substituem uma boa refeição?

A foodtech Mazô Maná, com sede em Altamira, no Pará, acaba de colocar no mercado o seu super shake, feito de ingredientes amazônicos e com Bela Gil, do restaurante Camélia Ododó, e Alex Atala, do restaurante D.O.M., entre os seus conselheiros.

"Conhecer e consumir alimentos da biodiversidade brasileira é uma forma de apoiar os povos tradicionais que vivem da produção ou colheita desses alimentos, além de uma maneira ativa de ajudar a manter nossas florestas em pé", diz Bela Gil, que acompanhou o desenvolvimento do produto desde a ideação do negócio.

O arqueólogo e especialista na evolução da Amazônia Eduardo Neves e os executivos Esteban Walther e Arturo Isola, da Amázzoni Gin, completam o quadro de conselheiros.

O produto da Mazô mistura açaí, babaçu, cacau, cajá, camu-camu, castanha-do-pará, cogumelos, cumaru, cupuaçu, graviola, murici, pimenta cumari e pupunha, todos originários da Amazônia.

Leite de coco e semente de abóbora também estão na composição, mas por enquanto, são cultivados em outras regiões. Os ingredientes, processados e desidratados, são misturados, e o produto final é embalado na cidade de Valinhos, em São Paulo.

O shake começa a ser vendido hoje no e-commerce da marca e também no Mercado Livre. O preço é salgado, mas em linha com concorrentes: uma embalagem de 480g custa R$ 189,90.

A empresa espera que o produto atraia principalmente adultos das classes A e B. "São pessoas com alimentação vegana, muito conectadas com a composição de seus alimentos e também as mais ativistas, ligadas à causa amazônica e à emergência climática", diz o co-CEO Zé Porto, que conta com mais de 20 anos de experiência em marketing e negócios.

Se a clientela em potencial está no topo da pirâmide, a cadeia de fornecimento está sendo montada de forma a valorizar quem está na base de tudo.

E valorizar, neste caso, é algo que envolverá cifras de fato.

Em um arranjo inovador, a startup reservou 10% de seu capital para distribuir entre as associações dos povos tradicionais e cooperativas extrativistas da região que fizerem parte da sua cadeia de fornecimento.

"É, talvez, a maior inovação que estamos colocando na mesa", diz Marcelo Salazar, idealizador da Mazô Maná e co-CEO.

O objetivo é que o dispositivo funcione como um benefício adicional para os povos ribeirinhos e indígenas, que lideram o extrativismo, e abra a oportunidade para modelos alternativos de financiamento. Mas até se concretizar, deve ser um processo longo, diz Salazar.

Por enquanto, as conversas ainda estão em estágio inicial, com a Rede da Terra do Meio, um coletivo que reúne comunidades próximas à foz do rio Xingu. A maior parte das reservas extrativistas e terras indígenas localizadas na região da Terra do Meio integram o grupo.

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