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O clima agradece

O Globo, Opinião, p. 6
16 de Jan de 2007

O clima agradece

Dois mil e sete chegou provocando sustos com mudanças climáticas surpreendentes - redução da neve e do frio em partes do Hemisfério Norte e previsão de novo recorde de calor. De positivo, a conscientização de que o que era tratado como ameaça tornou-se realidade, e que adiar o combate ao aquecimento global tornará nosso planeta inabitável.

0 primeiro grande e auspicioso passo foi dado pela Comissão Européia, órgão executivo da União Européia, ao propor que os 27 países - membros reduzam em 20%, unilateralmente, suas emissões de C02 (dióxido de carbono) em relação a 1990. A medida faz parte de uma ampla política energética que inclui incentivos ao consumo de combustíveis renováveis e redução da dependência de fornecedores estrangeiros. Segundo o presidente da Comissão, Durão Barroso, "a Europa deve liderar o mundo nessa revolução pós-industrial: o desenvolvimento de uma economia pobre em carbono".

Alternativas não-poluentes para produção de energia são vitais para o futuro da Terra. Em relação à Europa, esse também é o caminho para reduzir a dependência de fornecedores como a Rússia, que não se furta a usar o gás que vende como arma de barganha política. A chanceler alemã, Angela Merkel (a Alemanha está na presidência da UE), advertiu o presidente russo Vladimir Putin que tal atitude é inadmissível. E acenou com uma possível revisão da lei que determinou o fim do uso da energia nuclear no país até 2020.

0 mundo ainda espera dos Estados Unidos, na defesa do meio ambiente, uma atitude à altura de sua enorme contribuição à poluição e, conseqüentemente, às mudanças climáticas. Mas, nesse início de ano, há registros positivos mesmo lá. Pela primeira vez, uma agência do governo americano, a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, reconheceu que o aumento de emissões de gases do efeito estufa concorre para o aquecimento do planeta.

Na Califórnia, o governador Arnold Schwarzenegger manteve o estado na dianteira das iniciativas pró-meio ambiente ao propor um corte de 10% nas emissões de gases por refinarias de petróleo.
É preciso que Washington também faça a sua parte.

O Globo, 16/01/2007, Opinião, p. 6

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