Nota à Imprensa: Sobre primeiro caso de H1N1 entre os Yanomami

A Fundação Nacional de Saúde (Funasa), órgão executivo vinculado ao Ministério da Saúde, informa, por meio de sua Assessoria de Comunicação e Educação em Saúde (Ascom), em Brasília, que:

1. Foi constatada a existência de um primeiro caso suspeito, este ano, de gripe Influenza A (H1N1) em um indígena da etnia Yanomami, no Estado do Amazonas. A doença ainda não foi confirmada laboratorialmente, já que o resultado dos exames deverá ser conhecido somente na sexta-feira (8).

2. O caso suspeito é o de uma criança do sexo masculino, de 10 anos de idade, pertencente a uma comunidade situada a cerca de 100 quilômetros do município de Santa Isabel do Rio Negro (a 632 quilômetros de Manaus). O menor foi removido no domingo (03), por um helicóptero fretado pela Coordenação Regional da Funasa em Roraima (Core/RR) e transportado até Santa Isabel, onde foi internado na Unidade Mista de Santa Isabel do Rio Negro;

3. De acordo com as informações dos médicos do hospital e da equipe de saúde indígena da Funasa que acompanha o menino, não há risco de morte. A criança está medicada, passa bem, e deverá ficar em observação por tempo indeterminado. O material coletado foi enviado a Manaus para análise;

4. A suspeita é de que a criança tenha adquirido o vírus durante uma viagem a Santa Isabel do Rio Negro. Para auxiliar na apuração de um eventual surto da doença, uma equipe da Secretaria de Saúde do Estado do Amazonas (Susam) deslocou-se até o município para levar mais medicamentos e acompanhar o caso. Também nesta terça-feira, vários profissionais de saúde, inclusive da Funasa, estiveram reunidos para planejar estratégias de controle do vírus H1N1 na cidade;

5. Além deste caso suspeito, existem apenas dois registros da doença, confirmados laboratorialmente no fim de dezembro, entre os indígenas da etnia. São dois adultos do sexo masculino, ambos de 28 anos e também da mesma aldeia próxima a Santa Isabel.

6. Desde o final do primeiro semestre de 2009, a partir do surgimento dos primeiros casos da gripe Influenza A entre indígenas no País, mais especificamente na Região Sul, o Departamento de Saúde Indígena (Desai) da Funasa estruturou um sistema de vigilância de síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave entre a população indígena, de modo a poder identificar a ocorrência de epidemia ou confirmar a circulação do vírus;

7. Posteriormente, essas ações preventivas e de tratamento foram estendidas a outras áreas que passaram a merecer atenção especial e vigilância constante. Todo o trabalho foi dirigido pela Coordenação-geral de Atenção à Saúde Indígena (Cgasi) do Departamento de Saúde Indígena (Desai);

8. Com a experiência adquirida no Sul, foi estruturado e desenvolvido o trabalho de prevenção e enfrentamento ao vírus H1N1 entre indígenas, principalmente nas regiões de fronteira da Amazônia, incluindo os Yanomami. O trabalho é desenvolvido por meio dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis) e Assessorias de Saúde Indígena (Assais) da Funasa;

9. A Funasa montou uma estrutura especial em Roraima, na região onde os yanomamis estão concentrados em maior número (cerca de 25 mil indígenas), para identificação da doença. O local é de difícil acesso e de fronteira, tendo já sido confirmada a presença do vírus H1N1 no lado venezuelano. Na região amazônica, a estratégia de atuação da Funasa é o diagnóstico precoce e, em casos graves, o tratamento e a remoção;

10. Até meados do mês de dezembro, foram registrados 338 casos de Influenza A (H1N1) entre indígenas, confirmados por exames laboratoriais ou por vínculo epidemiológico. Desde o início do monitoramento, a partir do segundo semestre do ano passado, foram registrados 14 mil casos de síndrome gripal também entre indígenas. Vários surtos de gripe foram identificados, o que provocou um aumento da vigilância e dos cuidados em relação aos pacientes em situação mais delicada. Atualmente, 92% dos Dseis e Assessorias Indígenas notificam, semanalmente, casos de síndrome gripal aguda grave e H1N1.

11. Ainda no segundo semestre do ano passado, a partir de uma parceria entre a Funasa e a Secretaria de Vigilância à Saúde, foi iniciado um treinamento específico por especialistas do Ministério da Saúde para profissionais de saúde da Funasa. Esse treinamento foi realizado em Curitiba, no Laboratório Central, onde os técnicos receberam instruções sobre vigilância epidemiológica de Influenza A, e coleta e fluxo de envio de material para o laboratório de referência. Esse treinamento também foi realizado em Roraima e Amazonas e, neste mês de janeiro, será estendido à Região Nordeste;

A Funasa informa que continua à disposição da imprensa para esclarecimentos adicionais e que emitirá um novo comunicado tão logo surjam informações.

Atenciosamente,

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