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Nota de Repúdio e indignação contra deputado Alto Rabelo (PC do B)

Coiab - http://www.coiab.com.br/
Autor: JECINALDO BARBOSA CABRAL; MARCOS APURINÃ; Kleber Santo dos Santos
01 de Jun de 2009

A COIAB em cumprimento de seu dever e princípios, diante dos fatos que demonstra uma ameaça real a continuidade dos Povos no Brasil e em especial na Amazônia, vem a público condenar atos de violência, de racismo e de discriminação vinculada nos meios de comunicação televisivo e impresso, tais como a entrevista do deputado Aldo Rabelo do PC do B, publicado em 25 de Maio de 2009 no Jornal o Estado de Paulo.

Afirmar que os povos indígenas põem em risco a integridade territorial do Brasil pela demarcação das terras da União, as denominadas terras indígenas, é no mínimo tendenciosa e atende a interesses de grupos econômicos com interesse de exploração dos recursos naturais.

De todos poderíamos esperar, mas são surpreendentes as atitudes do governo e de seus aliados de segmento "socialista de esquerda" que nos acusam de ser "empecilho ao desenvolvimento", "canibais", "ameaça a soberania do país", entre outros.

Obrigar o Executivo a enviar a proposta de demarcação ao Congresso para negociações de direitos constitucionais sagrados dos povos indígenas é na verdade imoral e, principalmente, quando parte de uma figura ligada a um partido como o PC do B. Mas isto também demonstra as faces negras da política, ou melhor, de seus atores.

De fato o deputado não tem noção de democracia, certamente por sua formação comunista, pois insinua que a democratização do processo de demarcação das áreas da União destinada aos povos indígenas, aí sim é unilateralismos fingir esquecer que éramos os donos de 8.514.876,6 KM2 e hoje vindo em 1.100.490,8 KM2 e sua licença para se apropriar foi à dizimação de 925 povos. Matar a maioria também é democracia?

Incentivar e promover a inimizade, conflito e divisão são usar os mesmos instrumentos dos primeiros invasores "quer dominar? Dividí-los!" E continuar com plano criminoso de eliminação continua e gradual dos povos indígenas com os velhos discursos de integração.

Oh Deputado, querer um alambique em cada cidade é uma atitude criminosa e fazer parte de um sistema de prostituição, aliciamento e estupro de crianças, gerar a miséria e viver dela. Esse é o desenvolvimento que o Congresso busca?

Afirmar "era só chegar aos arrozeiros e estabelecer um preço para eles, dizer que a terra ia custar tanto. Aliás, porque os próprios índios não podiam arrendar aquelas terras, obter algum tipo de benefício dali? Os arrozeiros ficariam ali pagando alguma renda" demonstra o quanto é anti-social e ver a natureza e o ser humano unicamente para ser explorado. Isso sim é uma ameaça a integridade nacional, como se não bastasse a entrega do país feito pelo governo com aprovação do Congresso que levam nossos recursos, nossas riquezas e o pior, endivida nossos filhos e nossos netos, que antes mesmo de nascer já estão condenado a pagar uma dívida que serve somente para enriquecer e aumentar a corrupção de um grupinho que vive da miséria humana.

Senhor Deputado, é impossível um cidadão lúcido acreditar em um Congresso que disfarçado de democracia faz farra com o dinheiro público, advoga em causa própria, é corporativista e abusa da honestidade da Nação. Se de fato é a favor dos direitos dos povos indígenas, então cumpra e respeite os atuais. Pelo Artigo 231 são reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições , e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo a União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos seus direitos". É só uma pequena alta de cidadania em direito.

É contraditório, Senhor Deputado, seu discurso de que nós somos uma ameaça. Mas não somos nós que nos inspiramos em teoria Italiana e Portuguesa para falar sobre nosso Brasil. Nós somos filhos desta verde mata, desse lar Natureza, dessas terras Brasileiras e a defendemos com sabedoria, com convicção, porque nessa temos a certeza de viver bem!

Manaus - Amazonas, 28 Maio de 2009.

Coordenação Executiva da COIAB

JECINALDO BARBOSA CABRAL - Coordenador Geral

MARCOS APURINÃ - Vice-Coordenador

Kleber Santo dos Santos - Coordendor Tesoureiro

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