VOLTAR

No RS também faltam terras

Correio do Povo-Porto Alegre-RS
19 de Abr de 2005

Estado tem 23,9 mil indígenas

A questão fundiária se constitui no principal problema das populações indígenas (guaranis e caingangues) que habitam o Rio Grande do Sul, apesar de o Estado ter sido o único a já ter desapropriado terras para a ocupação indígena. A avaliação é de Ivonete Campregher, coordenadora executiva do Conselho Estadual dos Povos Indígenas (Cepi), vinculado à Secretaria Estadual do Trabalho, Cidadania e Assistência Social. Entre os guaranis, a principal dificuldade é quanto à demarcação de áreas. Segundo o cacique geral das 21 comunidades guaranis do Estado, José Cirilo, ainda faltam terras para o seu povo. 'Queremos ampliar os lugares onde moramos, mas temos um sistema diferente, que não é de enfrentamento. Achamos que precisamos dialogar com o governo e tentar fazer a sociedade nos ouvir mais', destacou.

Entre os caingangues, salientou Ivonete, o problema é grave devido aos arrendamentos das terras, realizados por parte dos integrantes das comunidades, principalmente para plantio de soja. 'Temos no Estado índios sem terra, morrendo de desnutrição e envenenamento por agrotóxicos dentro das reservas. O branco continua interessado em dilapidar o patrimônio indígena.' Conforme ela, as questões ligadas à terra têm influência direta sobre os demais problemas associados às comunidades, como aqueles relativos a saúde, saneamento básico, habitação e educação. Atualmente, a população indígena do Estado é de 23.924 pessoas, estabelecida em 46 áreas de 42 municípios, conforme dados do Cepi. A maioria é da etnia caingangue.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.