VOLTAR

No de praias limpas cai pela metade

OESP, Metrópole, p. A20
08 de Mai de 2014

No de praias limpas cai pela metade
Só 15% tiveram condições adequadas para banho durante todo o ano de 2013, contra 35% em 2012; Cetesb culpa excesso de chu

Giovana Girardi

SÃO PAULO - As praias paulistas ficaram mais impróprias para banho no ano passado. Somente 15% delas estiveram em condições adequadas para um mergulho ao longo de todo o ano, contra 35% em 2012 - uma redução de 57%.
O dado consta do documento Qualidade das Praias Litorâneas no Estado de São Paulo 2013, divulgado nesta quarta-feira, 7, pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). A informação tinha sido antecipada pelo Estado em dezembro do ano passado.
No litoral norte, a piora foi ainda mais acentuada. Nos quatro municípios da região (São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba), a porcentagem de praias próprias durante o ano inteiro caiu de 54% para 22%. As ótimas passaram de 18% para 7% e as ruins ou péssimas subiram de 9% para 25%. Na Baixada Santista, o número de praias consideradas péssimas também subiu - de 13% para 30%, havendo piora em todos os municípios, com exceção de São Vicente.
Karla Pinto, técnica da Cetesb do setor de Águas Litorâneas, atribuiu a piora das condições de balneabilidade a chuvas intensas nos meses de março, abril, junho, novembro e dezembro. Segundo o relatório, esses meses tiveram, no ano passado, taxas de precipitação maiores do que a média.
Karla explica que as chuvas intensas ajudaram a piorar um cenário de saneamento básico insuficiente, em especial no litoral norte, com despejos irregulares de esgoto e pouco tratamento do que é coletado. "Chuvas intensas aumentam a vazão daqueles cursos d'água contaminados com esgoto sem tratamento que vemos na areia. Elas lavam o solo e levam tudo para o mar." O cenário também piora com o aumento da população flutuante, que gera mais esgoto. "Em alguns momentos do ano, a população da cidade de Praia Grande, por exemplo, multiplica cinco vezes."
Saúde. O relatório traz um alerta para que a população não entre nunca nas praias consideradas impróprias. E evite entrar no mar 24 horas após chuvas intensas. "Quando abre o sol após uma tempestade, as pessoas tendem a correr para a praia, mas é o pior momento, porque é quando o esgoto ainda não dispersou", afirma Karla.
A Cetesb lembra que há o risco de contrair doenças variadas que podem ir desde leves gastroenterites (vômito e diarreia) - os casos mais comuns -, a hepatite A, cólera e febre tifoide. Há o perigo também de pegar dermatoses, conjuntivite, otite e doenças respiratórias.
Questionada se a piora da balneabilidade se traduziu em um aumento dessas doenças, Karla diz que a Cetesb não tem informações sobre isso. "A verdade é que, diante de uma diarreia leve, ninguém costuma procurar o sistema de saúde. E quando procura, normalmente não se faz um exame para descobrir o patógeno. A gente não sabe."

OESP, 08/05/2014, Metrópole, p. A20

http://www.estadao.com.br/noticias/vida,agua-de-rios-e-de-praias-piora-…

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.