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No AM, termina 1ª audiência com índios acusados de triplo homicídio

G1 - http://www.g1.globo.com
27 de Nov de 2014

Depois de dois dias de interrogatório, chegou ao fim a primeira audiência com índios Tenharim suspeitos de envolvimento no assassinato de três homens que desapareceram na Transamazônica (BR-230), em dezembro de 2013. A audiência terminou nesta quarta-feira (4), em Humaitá, município a 591 km de Manaus. O processo corre em segredo de Justiça. Os índios acusados de envolvimento nos crimes preferiram manter o silêncio. O juiz ainda deverá decidir se os suspeitos vão a júri popular.

O julgamento ainda não tem data para ocorrer. Os índios presos no dia 30 de janeiro de 2014 são suspeitos dos crimes de homicídio e ocultação de cadáveres e estavam detidos desde o começo da semana em uma casa isolada. Sob um forte esquema de segurança da Polícia Militar e Funai, os acusados só foram levados para a sala onde as testemunhas foram ouvidas depois das 10h desta quarta.

Nesta terça-feira (3), dez testemunhas foram ouvidas. Com exceção dos policiais militares e dos servidores da saúde indígena, o restante negou o envolvimento dos suspeitos.
Na entrada da cidade, a polícia rodoviária federal montou barreiras para garantir a segurança.
A audiência ocorreu no Batalhão do Exército. A imprensa só foi autorizada a ficar no estacionamento, do lado de fora do Batalhão. Nem mesmo o advogado da família de uma das vítimas foi autorizado a participar. "Nosso entendimento é contrário ao do magistrado porque todo processo é público", disse Márcio Melo.

Entenda o caso

As mortes ocorreram em dezembro do ano passado, dentro de uma reserva da etnia Tenharim, situada às margens da Rodovia Transamazônica, em Humaitá. Cinco dos seis réus estão presos e afirmam que são inocentes. O sexto suspeito aguarda o julgamento em liberdade.

Os indígenas são réus na ação criminal pelos assassinatos do vendedor Luciano Freire, do professor Stef Pinheiro de Souza e do funcionário da Eletrobras Amazonas Energia Aldeney Salvador. As três vítimas desapareceram no dia 16 de dezembro de 2013. Os corpos dos três foram encontrados em fevereiro de 2014 durante uma operação de buscas pela área da Transamazônica.

A suspeita é de que os crimes tenham sido motivados por vingaça em resposta à morte do cacique Ivan Tenharim, cujo corpo foi encontrado em um trecho da Rodovia Transamazônica no dia 2 de dezembro de 2013. Entre os réus no processo, dois são filhos do líder indígena. No inquérito, de acordo com o representante das famílias das vítimas, consta que os assassinatos foram definidos em uma pajelança - ritual místico realizado por um pajé indígena.

Em abril do ano passado, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou o grupo de índios por triplo homicídio duplamente qualificado, sendo que quatro dos indígenas também serão julgados por ocultação de cadáver.
Em novembro, a Justiça determinou que os índios da etnia Tenharim acusados de assassinar os três homens fossem transferidos para a base Hi-Merimã da Fundação Nacional do Índio (Funai). O local é usado como ponto de apoio para proteção de indígenas isolados. A decisão ainda não foi cumprida. Desde setembro, o grupo está preso em uma delegacia, no município de Lábrea, a 702 km de distância da capital.

http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2015/03/no-am-termina-1-audienc…

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