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NIÓBIO E A SEGURANÇA NACIONAL

Antônio Ribas Paiva
Autor: Antônio Ribas Paiva
28 de Nov de 2002

O Jornal "Folha de São Paulo", no dia 05 de novembro, noticiou que:

"LULA passou o final de semana em Araxá em casa da CBMM do Grupo Moreira
Salles e da Multinacional Molycorp... A Companhia exporta 95% do Nióbio que
retira de MG e é a maior exploradora do metal do mundo. Por meio de uma ONG a
empresa financiou projetos do "Instituto Cidadania", presidido por LULA,
inclusive o "Fome Zero", que integra o programa de governo do presidente
eleito. (Folha de São Paulo de 05/11/02, pg. "A" 4.)

A matéria obriga à reflexão, porque evidencia a aliança anterior às eleições
presidenciais entre um político, supostamente de esquerda, e uma
multinacional, que de acordo com os dados do I.B.G.E, da Secretaria do
Comércio Exterior e da "CPRM" subfatura exportações de nióbio, causando
prejuízos anuais de bilhões de dólares americanos ao Brasil.

O raciocínio é simples: o Brasil, considerando as reservas de São Gabriel da
Cachoeira AM, não computadas pelo DNPM (Departamento Nacional de Produção
Mineral), detém 98% (noventa e oito por cento) das reservas mundiais
exploráveis de nióbio. O mundo consome anualmente cerca de 37.000 toneladas do
minério, totalmente retiradas do Brasil. O nióbio bruto, é comprado no garimpo
a 400 dólares americanos o quilo. Portanto, sem contar a necessidade de
formação de reservas estratégicas dos países do primeiro mundo, e o acréscimo
do preço em razão do beneficiamento do minério, feito em Araxá MG e Catalão
Goiás, deveríamos contabilizar, pelo menos, 14 bilhões e oitocentos milhões de
dólares, a mais, em exportações anuais, ou seja: cerca de 30% (trinta por
cento) a mais no total de todas as exportações brasileiras.

US$ 400 x 1000 = US$ 400.000 a ton.

US$ 400.000 x 37000 ton. = US$ 14.800.000.000,00

Esses valores não aparecem no balanço comercial, logo, está provado que os
exportadores estão subfaturando as exportações de nióbio, em detrimento dos
interesses do país e da Nação Brasileira.

Os preços do nióbio, cotados na Bolsa de Metais de Londres(50 libras
esterlinas o quilo), são meramente simbólicos, porque o Brasil é o único
fornecedor mundial, portanto, quem deveria determinar o preço é o vendedor
(mercado do vendedor). Mal comparando, nióbio a 50 libras o quilo é o mesmo
que petróleo a três dólares o barril. No caso do petróleo, a OPEP estabelece o
preço do mineral, equilibrando os interesses dos consumidores e produtores,
porque o preço do petróleo é uma "questão de Estado".

O mesmo não ocorre com o nióbio; absurdamente, quem estabelece o preço de
venda do produto são os compradores, em conluio com as empresas que exploram o
minério no Brasil e que nessa ação deletéria contam com a
conivência "oficial", de políticos cujas campanhas e "projetos"
financiam.Tanto os preços de venda como as quantidades exportadas são
subfaturados, há décadas.

Os dados sobre o nióbio fornecidos pelo DNPM estão eivados de vício, porque
tanto as quantidades do minério quanto os preços apontados pelo departamento
são subfaturados, fornecidos pelos próprios interessados, da conspiração
Araxá/Catalão.

Uma fração dos valores e quantidades reais do nióbio "exportado" seria
suficiente para erradicar a subnutrição da população carente, e livrar o
Brasil da desfavorável condição de devedor, além de financiar o
desenvolvimento.

Estados Unidos, Europa e Japão são 100%(cem por cento) dependentes das
reservas brasileiras de nióbio, minério que é tão essencial como o petróleo,
só que muito mais raro.

Sem nióbio não existiria a indústria aeroespacial, de armamentos, de
instrumental cirúrgico, de "gilete azul", de ótica de precisão e etc... Os
foguetes não iriam à lua e os vetores atômicos transcontinentais seriam ficção
científica, assim como a "Guerra nas Estrelas" dos americanos.

Ora, se por petróleo as potências vão à guerra, imagine-se o que não fariam
para garantir o nióbio grátis, que retiram do Brasil, com a complacência de
governantes, cujas campanhas políticas e projetos são previamente financiados.

O governo que finda tentou "privatizar" as reservas de nióbio "a céu aberto",
de São Gabriel da Cachoeira AM, em outubro de 1.997, pelo miserável "preço
mínimo" de R$ 600.000,00(seiscentos mil reais), quando a avaliação da CPRM
(Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais) é, pasme-se, 1 trilhão de dólares
americanos(Fio da Meada V e VII- Revista Carta Capital de 19/3/97, pg. 70/72)"

Tudo isso comprova, irrefutavelmente, que existe uma conspiração internacional
antiga, para espoliar o Brasil de seus minérios, que impede o acesso da Nação
Brasileira às riquezas do seu território. É o paradoxo do povo pobre de país
riquíssimo.

A intimidade de vários governos com a "Conspiração de Araxá"(Collor já era
assíduo freqüentador da cidade), sinaliza que a estrutura político-
institucional vigente é incompatível com a autodeterminação do país.
O "tratamento VIP"(segundo a Folha de São Paulo) dispensado a Lula e ao seu
vice, em Araxá, bem como os financiamentos que sua campanha presidencial e
seus "projetos" mereceram, são exemplos marcantes dessa falha institucional.

Evidenciando a "conspiração Araxá", Lula, após hospedar-se na CBMM, reuniu-se
com governadores do PSDB, em Araxá, entre os quais Aécio Neves-MG, cujo tio,
Gastão Neves é a "eminência parda" dos minérios no Brasil.

"ARAXÁ - Foi produtiva a primeira reunião de trabalho do presidente eleito,
Luiz Inácio Lula da Silva, com os 7 novos governadores do PSDB, feita ontem em
Araxá. Os governadores de sete Estados(SP, MG, CE, PB, PA, GO e RO) acenaram
com proposta de parceria e apoio de suas bancadas no Congresso para aprovar
propostas de interesse do futuro governo, como a que mantém a arrecadação nos
níveis atuais, sem reduzir de 27,5% para 25% a alíquota do imposto de renda
pessoa física. Me senti numa reunião de amigos, diz o Presidente eleito" (O
Estado de São Paulo - 26/11/2002).

Lula pode até não esposar a ideologia esquerdista, mas o seu partido objetiva
estatizar a economia através do confisco tributário, ação que conta com a
complacência do Poder Judiciário, que depende do aumento da arrecadação para
custear os seus orçamentos. É o mesmo processo comunizante aplicado na Romênia
em 1947/48.

Todo esse retrocesso histórico poderia ser evitado observando-se os erros de
países que viveram essa amarga experiência político-econômica e adotando-se os
acertos das economias capitalistas, principalmente, aproveitando-se,
adequadamente, o potencial de recursos naturais do território brasileiro, ao
invés de exaurir a população e as empresas com impostos e juros escorchantes.

Por outro lado, se o Brasil receber pelo nióbio que é contrabandeado e
subfaturado pelos exportadores, poderá autofinanciar o seu desenvolvimento sem
dívidas, garantindo empregos, renda, alimentação e oportunidades a todos os
brasileiros.

Nessa medida, o programa "Fome Zero", cujos "estudos" foram financiados pela
CBMM, não passa de manobra diversionista da "CONSPIRAÇÃO ARAXÁ", com claro
objetivo de manter a dominação do NIÓBIO, a custa de outros segmentos
econômicos e sociais brasileiros, que serão demonizados e tributados, ao
exaurimento, pelo governo supostamente esquerdizante do PT, que já demonstrou,
com a "aliança ARAXÁ", que está a serviço de interesses transnacionais.

O mesmo pode-se dizer do MST(apêndice guerrilheiro do PT) que está a serviço
do agronegócio internacional e tem como missão desestabilizar o agronegócio no
Brasil, país com vocação agrícola e mineral insuperável.

Essas estratégias não são novidade histórica. O Império Britânico, por
exemplo, ganhou a "guerra fria" contra a Rússia Czarista, pelo domínio da
Ásia, financiando a Revolução Bolchevic de 1.917. O único caminho para a nação
brasileira é autodeterminar-se, reintegrando-se na exploração dos seus
recursos.

O subsolo é propriedade da UNIÃO FEDERAL, os recursos minerais estão sendo
desviados, em detrimento do interesse nacional, logo, o governo federal, por
dever de ofício, deverá encampar a comercialização e a exportação do nióbio,
ficando a cargo das mineradoras apenas a extração e a transformação do
minério, remunerando-se-as, pelos mesmos preços que praticam atualmente.

Coordenando as exportações de NIÓBIO, terras raras e outros minérios(quartzo),
a administração federal poderá alavancar as exportações brasileiras, para a
Europa, E.U.A e Japão que são os maiores mercados mundiais em poder
aquisitivo.

Utilizando, adequadamente, suas potencialidades minerais, como "moeda de
troca", o Brasil poderá exportar, rapidamente, 300 bilhões de dólares anuais e
importar 250 bilhões, por exemplo, criando empregos e fortuna na mesma
proporção.

Partindo-se da premissa que o aprimoramento institucional é um processo de
outorga, é imprescindível que os brasileiros responsáveis dediquem toda a sua
capacidade, na busca de soluções, que adequem as instituições à preservação
dos interesses nacionais.

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