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Negligência médica pode ser causa da morte da índia em Pão de Açúcar

Alagoas 24 Horas
Autor: Roberto Gonçalves
24 de Mai de 2007

Negligência médica pode ter sido a principal causa da morte da índia Lucineide Martins, 24 anos, que pertencia à tribo Xokó, localizada na ilha de São Pedro, em Porto da Folha, interior de Sergipe.

A índia deu entrada na ultima segunda-feira na Unidade Mista Doutor Djalma Gonçalves dos Anjos, de Pão de Açúcar, para dar à luz e segundo familiares estava tudo normal, inclusive a paciente havia realizado os exames pré-natal e nada comprometia seu estado de saúde.

Após um dia de internação, os médicos decidiram realizar uma cesariana, a criança nasceu e sobreviveu enquanto a mãe sofreu uma parada cardíaca. Os médicos tentaram reanimá-la, mas os esforços não tiveram êxito em razão dos aparelhos estarem danificados, segundo os familiares da índia.

Sem a utilização do oxímetro e do desfibrilador, os médicos fizeram massagens no coração da paciente, que faleceu logo após o parto do seu terceiro filho. O atendimento médico foi realizado pelos médicos Elder (cirurgião) e Marcelo Vasconcelos (anestesista) além de uma equipe de enfermeiros do hospital.

Tumulto e revolta

Com a notícia da morte da índia, os familiares ficaram revoltados e houve um princípio de tumulto na portaria do hospital, e até fizeram ameaças à equipe médica.

Após a denúncia dos familiares, equipes da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e da Fundação Nacional do Índio (Funai) estão apurando o episódio junto ao Hospital de Pão de Açúcar.

O corpo da indígena foi inicialmente levado para o Instituto Médico Legal de Arapiraca, sendo recusado e em seguida foi levado para o Instituto Médico Legal Estácio de Lima em Maceió, onde permaneceu até quarta-feira (23).

Hospital é reincidente

Segundo funcionários da Unidade Mista Doutor Djalma Gonçalves dos Anjos, que não quiseram de identificar temendo represálias, este não é o primeiro caso de morte por negligência médica. Atualmente, está tramitando na Justiça um processo contra a unidade de saúde pela morte do servidor público Evandro Fonseca.

O servidor deu entrada no hospital após passar mal e os médicos decidiram encaminhá-lo para Arapiraca e morreu a caminho. Ninguém da direção do hospital foi encontrado para falar sobre a ocorrência. Familiares do diretor apenas informaram que o médico Elder estava em repouso e em estado de choque.

O diretor-médico Geraldo Ferreira também não foi encontrado na cidade. Até o momento, ninguém do hospital, tampouco o secretário municipal de Saúde, Sérgio Correia, se pronunciou sobre o episódio.

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