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Navegação de grandes embarcações será suspensa amanhã no Rio Tietê

OESP, Economia, p. B6
09 de Mai de 2014

Navegação de grandes embarcações será suspensa amanhã no Rio Tietê
Redução do calado de 2,20 para 1,80 metro, e depois para 1,40 metro, vai impedir passagem de barcos pela hidrovia

Chico Siqueira, Espcial para o Estado, Buritama (SP) - O Estado de São Paulo

O transporte de cargas em grandes embarcações vai parar, por tempo indeterminado, a partir de amanhã, na hidrovia Tietê-Paraná. O Departamento Hidroviário (DH), que administra a hidrovia em São Paulo, emitiu comunicado informando aos transportadores que vai reduzir o calado, que hoje é de 2,20 metros, para 1,80 metro a partir de amanhã. A partir do dia 16, a redução será ampliada para 1,40 metro.
A redução vai inviabilizar, primeiro, a navegação de grandes comboios que levam 6 mil toneladas e já estavam navegando com 4,2 mil toneladas devido ao baixo nível da hidrovia, e depois as embarcações menores. Dos 21 comboios que atuam em viagens de longa distância na hidrovia, apenas sete, de menor porte, com capacidade de 3 mil toneladas, conseguirão navegar com o calado de 1,80 metro, mas a partir do dia 16 nem estes conseguirão navegar, paralisando por completo o transporte de cargas no trecho.
As medidas, segundo o DH, foram tomadas porque o Operador Nacional do Sistema (ONS) decidiu dar prioridade à geração de energia, principalmente para a Copa do Mundo, que começa em 12 de junho. "O operador optou pela geração de energia em detrimento da hidrovia, e pelos estudos o calado deve mesmo ser reduzido, pois há falta de água para navegação", disse o diretor do DH, Casemiro Tércio Carvalho.
Segundo Carvalho, o uso de água para geração e a estiagem reduzem o nível da hidrovia, prejudicando a navegação. Alertada da situação, o ONS não atendeu aos pedidos do DH para que o ritmo de geração de energia fosse reduzido. "Ela desrespeita o uso múltiplo das águas", afirma.
A falta de condições para navegação teve início em fevereiro e desde então as embarcações, quando não encalham, são obrigadas a perder dias à espera das ondas de vazão para atravessar a eclusa de Nova Avanhandava. Agora, o ONS restringiu a onda de vazão porque desperdiça água e não gera energia, que pode ser comercializada. Com isso, o transporte de cargas deve ser paralisado por completo no trecho, porque, além da falta de condições técnicas para navegação, a redução de volume de cargas inviabiliza financeiramente o transporte pela hidrovia.

Grãos. A situação, que é comparada à do apagão de 2001, prejudica principalmente o escoamento da safra recorde de soja e deverá influenciar na safra de milho, no segundo semestre. A hidrovia é o principal caminho para a exportação de grãos e celulose produzidos em Mato Grosso e Goiás, que são levados por grandes comboios até Pederneiras e de lá em ferrovia para o Porto de Santos.
A falta de condições para transporte reduziu em 86% o volume de cargas transportadas em 2014. Entre fevereiro e abril de 2013, foram transportadas 4,5 milhões de toneladas.

OESP, 09/05/2014, Economia, p. B6

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