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Não é possível culpar a cana, diz Dilma nos Estados Unidos

OESP, Economia, p. B8
29 de Abr de 2008

'Não é possível culpar a cana', diz Dilma nos Estados Unidos

Patricia Campos Mello

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou ontem que é "completamente tendenciosa" a afirmação de que a produção de biocombustíveis está pressionando os preços dos alimentos no mundo. Ecoando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma fez uma defesa vigorosa do etanol brasileiro em encontros com o secretário do Tesouro, Henry Paulson, e também nas viagens à Coréia e ao Japão.

"Nós não acreditamos que deriva dos biocombustíveis a alta dos preços dos alimentos, e sim da explosão dos preços do petróleo, que encarecem o frete, e da demanda por proteína", disse Dilma. "Não é possível culpar a cana-de-açúcar, que ocupa uma parte inexpressiva das terras agricultáveis do Brasil. O Brasil tem mais de 30 anos de experiência na produção de etanol e continua sendo um grande produtor de alimentos."

A ministra também criticou o protecionismo dos países desenvolvidos e seu impacto sobre os preços alimentares. "Neste momento em que há toda essa pressão sobre o preço dos alimentos, é bom que os países desenvolvidos pensem a respeito de todos os mecanismos de proteção a sua agricultura, que impedem que a agricultura dos países em desenvolvimento, principalmente os mais pobres, cresça e se expanda de forma sustentável."

Dilma ressaltou que o etanol brasileiro é mais competitivo, em comparação com o etanol de milho dos Estados Unidos. "Usamos pouca energia para produzir o etanol, enquanto outros países usam muita." E voltou a criticar a tarifa de importação que os EUA aplicam sobre o etanol brasileiro. Nesta semana, o Congresso deve examinar uma versão da Lei Agrícola que mantém a tarifa sobre o etanol brasileiro e conserva o subsídio ao etanol de milho, embora com alguma redução. "Eu lamento (a nova Lei Agrícola). Esperava maior liberalização do mercado de etanol, até porque é bom que se aplique a si o que se pede dos outros", disse Dilma.

OESP, 29/04/2008, Economia, p. B8

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