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Na ONU, Bolsonaro culpa indígenas pelos incêndios na Amazônia

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Autor: André Phelipe
22 de Set de 2020

Em discurso na abertura da Assembleia das Nações Unidas, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira (22), em mensagem gravada, que o Brasil é "vítima de uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal" e alegou que tem uma política "de tolerância zero com o crime ambiental".

Bolsonaro chamou de "impatriotas" associações brasileiras que lançam campanha contra o país no exterior. "Nosso agronegócio continua pujante e, acima de tudo, respeitando a melhor legislação ambiental do planeta. Mesmo assim, somos vítimas de uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal".

De acordo com o chefe do Executivo, a floresta do Brasil é úmida e isso não permite a propagação do fogo em seu interior. "Os incêndios acontecem praticamente nos mesmos lugares, no entorno leste da floresta, onde o caboclo e o índio queimam os seus roçados em busca de sua sobrevivência em áreas já desmatadas", alegou.

Não é a primeira vez que Bolsonaro culpa indígenas e caboclos por incêndios florestais. Em julho ele já havia falado a mesma coisa, ignorando que 54% das queimadas ocorrem em área recém-desmatada, segundo estudo da NASA. Só no Pantanal, esse ano, mais de 2,8 milhões de hectares foram queimados. A PF investiga a participação de fazendeiros em um incêndio que consumiu 25 mil hectares.

Ele ainda enfatizou na ONU que a região amazônica é maior que toda a Europa ocidental (não é), sendo assim, segundo sua avaliação, fica difícil de combater incêndios, a extração ilegal de mandeira e a biopirataria. "Por isso estamos ampliando e aperfeiçoando o emprego de tecnologias e aprimorando as operações interagências, contando inclusive com a participação das Forças Armadas", justificou.

Derramamento de Óleo

No último ponto tocado em relação ao meio ambiente, Bolsonaro classificou como criminoso o derramamento de óleo e culpou a Venezuela pelo ocorrido. Mas no mês passado, um ano após o desastre, a Marinha do Brasil finalizou a primeira parte das investigações sem identificar ou apontar culpados. Também não foram revelados a origem exata do vazamento que atingiu o litoral de nove estados do Nordeste e dois do Sudeste.

"Em 2019, o Brasil foi vítima de um criminoso derramamento de óleo venezuelano, vendido sem controle, acarretando severos danos ao meio ambiente e sérios prejuízos nas atividades de pesca e turismo. O Brasil considera importante respeitar a liberdade de navegação, estabelecida na convenção das Nações Unidas sobre direito do mar. Entretanto, regras e proteção ambiental devem ser respeitadas e os crimes devem ser apurados com agilidade, para que agressões como a ocorrida contra o Brasil não venham atingir outros países", afirmou.

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