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Na índia, emergentes cobram verba de países ricos para meio ambiente

O Globo, O País, p. 4
25 de Jan de 2010

Na índia, emergentes cobram verba de países ricos para meio ambiente
Brasil participa de reunião que cria fundo financeiro para nações pobres

Florência Costa

Correspondente

A proposta de criação de um fundo financeiro para os países pobres se adaptarem às mudanças climáticas foi aprovada ontem em reunião na capital indiana entre os ministros do Meio Ambiente dos quatro países emergentes que se agruparam sob a sigla Basic (Brasil, África do Sul, Índia e China). Mas o valor do fundo - proposto pelo Brasil - ainda está sendo discutido e deverá ser divulgado na reunião do Basic, marcada para abril, na Cidade do Cabo, na África do Sul.

A reunião terminou com os quatro países exigindo a liberação de US$ 10 bilhões dos países ricos ainda este ano para os países menos desenvolvidos.

Foi o primeiro multilateral após o fracasso da reunião de Copenhague há um mês. Tratase de uma tentativa de ressuscitar as negociações climáticas pelas mãos dos emergentes. Segundo o Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, o Basic vai se reunir a cada três meses. O grupo foi criado para fazer articulação política, mas vai passar a atuar no campo científico.

- Precisamos trazer os países do G-77 (menos desenvolvidos) para o entendimento. Uma das decisões dos emergentes foi o de reconhecer que a reunião em Copenhague foi excludente e pouco transparente - disse Minc.

Os países ricos prometeram US$ 30 bilhões para um fundo climático até 2012 e estabeleceram uma meta de US$ 100 bilhões até 2020, muito menos do que os países em desenvolvimento pleiteavam.

- Se os países ricos não desembolsarem o dinheiro prometido este ano, significa que não estão sendo francos - cobrou o ministro do Meio Ambiente indiano, Jairam Ramesh.

O encontro terminou com críticas aos países desenvolvidos:
- A aprovação do fundo financeiro dos emergentes e o apoio tecnológico aos países pobres foi um tapa com luva de pelica nos países ricos. Uma das razões da frustração de Copenhague foi o egoísmo dos países ricos, que têm mais condições financeiras. A resposta do Basic para esse egoísmo foi reforçar a solidariedade ecológica.

O Globo, 25/01/2010, O País, p. 4

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