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Museu expõe ossadas indígenas

Zero Hora – Porto Alegre - RS
22 de Mai de 2001

Cientistas classificaram restos de 15 caingangues

Depois de passarem o mês de abril sendo analisadas por uma equipe do Instituto Anchietano de Pesquisas, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), as ossadas de 15 índios caingangues, que foram encontradas a partir da metade do ano passado no município, estão agora distribuídas e identificadas no Museu Paroquial de São Marcos.
Como o local está passando por reformas, as visitas para conferir as peças só podem ser feitas depois de 3 de junho, dia da reabertura. A pesquisa realizada pelo grupo de historiadores esclareceu as principais dúvidas que estavam relacionadas com a descoberta dos ossos.
– Precisávamos saber quantas ossadas eram de crianças e quantas de adultos, e distribuir cada parte – explica padre Osmar Possamai, historiador e responsável pelo museu.
Questões como a causa das mortes, e se havia relação entre elas, não foram levantadas. Conforme os estudos, das 15 ossadas, sete são de caingangues adultos, sete de crianças, e uma era de um jovem. No total, são 400 ossos, entre clavículas, mandíbulas e fêmures. Os índios habitaram a região entre os períodos de 1100 e 1400. Para garantir a preservação das peças, o padre solicitou a construção de um recipiente especial contra a umidade.
O que também chamou a atenção dos pesquisadores foi a semelhança dos locais onde os corpos foram enterrados. Todos foram encontrados em grutas, com sepulturas iguais. Os túmulos foram construídos, primeiro, com uma camada de terra firme. Abaixo, talvez para proteção, havia várias lajes e, por cima, pedras soltas espalhadas. Perto das grutas, também foram encontrados utensílios e conchas do mar, indício de que os indígenas peregrinavam até o litoral.
Pesquisas em grutas vão continuar
Os ossos que agora estão no museu foram encontrados em três grutas diferentes de São Marcos, com uma distância calculada de 20 quilômetros entre cada uma. O padre Osmar Possamai diz que isso significa que cada local deveria ter sido uma tribo de caingangue, e por isso devem existir mais ossos.
– Vamos voltar e continuar as pesquisas. Também sabemos de outro lugares mas, por enquanto, nada será divulgado, só depois de concluído o próximo estudo – afirma.
A Gruta Santa, de propriedade da família Fidelis, é uma das provas de que a região serviu de moradia para uma grande tribo.
No local há vários corpos mas, para o estudo, foram retirados apenas três, já que o dono da propriedade onde estão os corpos indígenas já construiu um local apropriado para guardar os ossos.
Na gruta Michelon também foram encontradas apenas três ossadas. Já na Gruta das Cabras, local mais pesquisado, foram achados nove ossadas, sendo três de índios adultos, cinco de crianças e um de índio jovem.

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