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Munduruku: Qualidade de vida para os índios

Diário do Pará-Belém-PA
30 de Dez de 2004

Os problemas enfrentados pela nação indígena Munduruku, que tradicionalmente ocupa territórios situados nos municípios de Jacareacanga e Itaituba, na região do alto Tapajós, oeste do Pará, motivaram a realização do projeto "Habitação Saudável: um conceito integrando projetos, ações e a comunidade", de autoria da professora Izabelle Vianna, pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Qualidade de Vida e Meio Ambiente da Universidade da Amazônia e coordenadora da Rede Amazônica de Habitação Saudável.

Alocado dentro do Projeto Fazer, da Prefeitura de Jacareacanga, o trabalho ganhou o prêmio Inovações Tecnológicas em Saneamento Ambiental durante o II Seminário Internacional de Engenharia de Saúde Pública, realizado este mês, em Goiânia.

O projeto da professora Izabelle Vianna apresenta a experiência do município de Jacareacanga, em cuja área de abrangência encontra-se concentrada a maior parte do povo indígena Munduruku. O trabalho conta com parceiros valiosos como Funasa, Governo do Estado do Pará e Governo Federal, e se caracteriza pela inversão do foco tradicional dos Programas de Renda Mínima, com o trabalho a partir de uma atividade econômica auto-sustentável, atuando em campos distintos dentro de uma visão holística do indivíduo, levando a integração de várias áreas que, atuando de forma conjunta, vem proporcionando melhor qualidade de vida aos povos da nação Munduruku. Foram articuladas ações de saneamento, educação e saúde de maneira a gerar como resultado profissionalização e alternativas de trabalho e renda às populações beneficiadas.

A nação Munduruku conta com uma população de 7.000 pessoas, distribuídas em 87 aldeias, com um território de 2.642.000 hectares de terra. As dificuldades apresentadas pelos índios são semelhantes aos de outras etnias, como a desnutrição, a impossibilidade econômica de auto-sustentação, a saúde, o saneamento básico, a habitação, a educação entre outros. Como agravante, a intensa exploração garimpeira que ocorreu nos últimos 30 anos, poluindo o rio Tapajós com mercúrio, resultou em imensos prejuízos ao meio ambiente, sem qualquer medida de proteção ou correção dos estragos realizados. A atividade encontra-se em declínio, porém, para os indígenas, ficaram como seqüelas doenças como um alto índice de diarréia, malária, hepatite, tuberculose entre outras.

O Projeto Fazer, implantado pela Prefeitura de Jacareacanga, é entendido como uma política pública, voltada para a geração de trabalho e renda, entretanto, quando atrelado ao conceito de Habitação Saudável, mostrou-se um instrumento valioso de promoção da saúde

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