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Multinacional nega descoberta recente de jazida de diamantes em Juína

24horas News- Cuiabá-MT
Autor: Rodrigo Vargas
25 de Jul de 2002

A notícia sobre a descoberta do que seria a maior jazida de diamantes do Brasil, em Juína (750 quilômetros ao Norte de Cuiabá) chegou ao conhecimento público com atraso de pelo menos duas décadas. E seus números podem não ser tão espetaculares quanto sugeriram jornais e sites de notícias na última semana.

De acordo a direção da mineradora Diagem International, estatal canadense que detém direitos de exploração da área, vários erros técnicos e de interpretação fizeram parte da reportagem que deu origem ao burburinho, feita pela Gazeta Mercantil.

Estes equívocos estariam causando turbulências no mercado mundial do diamante. "A notícia causou um tremendo impacto no Canadá e nos Estados Unidos. Mas estava baseada em um mal-entendido. Aqueles valores não têm significado algum", relatou o gerente-delegado da Diagem do Brasil, José Aldo Duarte Ferraz, por telefone ao 24 Horas News.

A empresa, dona de 120 mil hectares de alvarás de pesquisas minerais na chamada Província Diamantífera de Aripuanã (descoberta no início da década 1980. Hoje, território de Juína), alega que o jornal conseguiu parte da informação por meio de um boletim informativo enviado exclusivamente à direção-geral da empresa, no Canadá.

A outra parte teria sido obtida por telefone, em Juína, junto ao próprio gerente-delegado. "O problema é que o relatório enviado ao Canadá se referia a uma outra provável jazida, pertencente a uma empresa irmã que também atua nesta região", afirma Duarte Ferraz, que na entrevista em questão garante ter se limitado aos planos de exploração da Diagem.

"Nós anunciamos o início da exploração de uma jazida que, de fato, foi descoberta em 1980, mas em relação à qual somente agora foram concluídos os estudos de viabilidade econômica. É nessa jazida que iremos investir os US$ 8 milhões que o jornal divulgou", corrige.

A junção dessas partes resultou em informações incorretas, diz o diretor. Segundo ele, não se pode avaliar uma jazida simplesmente multiplicando-se o número de quilates pelo valor médio em vigor no mercado. "Isso ficou por conta do jornalista, mas não é correto em função dos vários fatores que compõem este cálculo. A dificuldade de se extrair o diamante, por exemplo, pode interferir no preço do quilate".

A máquina (planta) adquirida por US$ 600 mil para extrair o diamante, que segundo a reportagem iria processar 20 mil toneladas de minério por hora, na verdade irá responder por no máximo 20 toneladas/hora, continua o gerente.

Ele acredita que a Província Diamantífera de Juína seja mesmo a maior jazida de diamantes do Brasil. Isso, reitera, somando-se o potencial dos cerca de dez corpos kimberlíticos (rochas que geralmente indicam a presença de diamantes) descobertos pela multinacional sul-africana De Beers em 1980.

Mas não concorda que o mesmo tratamento seja dado à lavra a ser iniciada em janeiro de 2003 pela Diagem. "No Brasil não há um corpo como este em lavra. Se existe um mérito, é o de sermos os primeiros a conseguir viabilizar economicamente a extração do diamante no kimberlito".

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