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23 de Mai de 2013
A Secretaria do Movimento de Mulheres Indígenas do Conselho Indígena de Roraima (CIR) motivada a fortalecer ainda mais o movimento das mulheres e discutir ações que contemplem as necessidades e iniciativas específicas a serem executadas nas comunidades indígenas realizou nos últimos dias 20 e 21 de maio, o planejamento 2013 e 2014 entre as coordenadoras regionais das mulheres indígenas e representantes de instituições públicas, no auditório Lindalva Macuxi, na sede do CIR, em Boa Vista.
O encontro envolveu as coordenadoras e tuxauas das etnorregiões da Serra da Lua, Taiano, Amajari, Murupu, Serras, Baixo Cotingo, Surumu e Raposa. A presença das mulheres indígenas das regiões Wai-Wai e Yanomami no encontro não foi possível devido o difícil acesso as regiões e falta de condições necessárias que possibilitasse a participação das mulheres na atividade. Estiveram presentes também as representantes das instituições Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Instituto Insikiran da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Embrapa, lideranças indígenas, parceiros da causa indígena, além do Departamento Jurídico e Departamento Territorial e Ambiental do CIR que contribuíram com a atividade.
A Assessora Jurídica, Joenia Wapichana abordou a temática sobre Direitos dos Povos Indígenas, dando destaque às questões como PEC 215, Portaria 303 da AGU, Lei Maria da Penha e outros pontos relevantes que precisam do envolvimento e participação das mulheres indígenas.
O Planejamento foi necessário, porque existe uma preocupação da Secretaria em executar as ações construídas com a participação das mulheres e apresentadas a partir das realidades vivenciadas pelas mulheres nas comunidades indígenas.
Foram apresentados os problemas e dificuldades que as mulheres indígenas enfrentam em suas comunidades, que são comuns na maioria das regiões, como violência doméstica, alcoolismo, dificuldade no escoamento de produção e saúde indígena precária. Foram manifestadas preocupações com os demais problemas territoriais, políticos, ambientais e culturais dos povos indígenas.
A Secretária do Movimento de Mulheres Indígenas, Telma Marques Taurepang falou da importância da união e fortalecimento das mulheres em buscar juntos com os parceiros a melhoria da qualidade de vida nas comunidades tanto no contexto social quanto político, econômico e cultural dos povos indígenas. Como ponto importante, a Secretaria destacou a sustentabilidade e geração de renda, sendo uma das prioridades de atuação junto às mulheres para o fortalecimento e execução satisfatória dos projetos.
A coordenadora regional da região do Murupu, Cleonice Macuxi manifestou expectativa quanto à execução dos projetos. A coordenadora disse que há muito tempo a comunidade esperava o projeto de fortalecimento das mulheres, apoio para a produção sustentável e geração de renda na comunidade.
Para a execução das atividades, a Secretaria do Movimento de Mulheres Indígenas terá o apoio da Embaixada da Noruega, uma das instituições apoiadores do CIR, com um recurso no valor de R$ 32 mil, destinado às ações nas oito regiões que serão envolvidas no projeto, e o apoio dos órgãos participantes no encontro.
O recurso vai contemplar as regiões com pequenos projetos nas áreas de produção e geração de renda. As propostas apresentadas foram nas áreas de agricultura, avicultura, horticultura, artesanato, além da realização de oficinas de combate a violência contra a mulher, gravidez na adolescência, combate ao alcoolismo, saúde da mulher, e outros que possam ajudar no convívio social das comunidades indígenas.
Considerando a organização do movimento das mulheres indígenas, um aspecto importante e também protagonista da conquista da luta dos povos indígenas de Roraima, o coordenador do CIR Mário Nicácio destacou ser importante o fortalecimento das mulheres, não só para a execução das políticas específicas, mas também de todas as questões que envolvem os povos indígenas.
Mario Nicácio fez considerações em relação aos graves problemas que preocupam os povos indígenas do Brasil, como a PEC 215, os Projetos de Lei que tramitam no Congresso Nacional, como projeto de Mineração, construção de hidrelétricas e de uma forma geral a conjuntura política do movimento indígena. Neste sentido, pediu apoio das mulheres para que também discutam e se manifestem diante de tais preocupações.
A participação das instituições públicas tem a intenção de criar um diálogo, uma articulação entre o movimento das mulheres indígenas, para juntos buscarem mecanismos práticos que facilitem a implementação dos projetos, além da própria construção coletiva de políticas públicas que atendam as necessidades e promovam ações sociais que ajudem na auto-estima e bem estar da mulher indígena.
A atividade realizada com as mulheres marca a continuidade, de forma mais ativa, da atuação da Secretaria do Movimento de Mulheres Indígenas nas ações coletivas das mulheres indígenas em Roraima.
http://www.cir.org.br/index.php/component/k2/item/233-mulheres-ind%C3%A…
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