O Globo, Rio, p. 15
04 de Dez de 2013
Mulher é presa em Caxias por loteamento em manguezal
Presidente de associação vai responder por crime ambiental
DANIELA DE PAULA
daniela.paula@oglobo.com.br
RIO - A presidente da Associação de Moradores do Maruim, no Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, Lenice Mota da Silva, foi presa na manhã desta terça-feira, por fazer loteamento clandestino em uma área de manguezal da região, durante fiscalização do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Segundo o chefe da Coordenadoria estadual de Combate a Crimes Ambientais (Cicca), José Maurício Padrone, um maquinista que operava uma retroescavadeira no local também foi detido.
De acordo com Padrone, os dois foram levados para a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, na Cidade da Polícia. O maquinista prestou depoimento e foi liberado. Já Lenice vai responder por crime ambiental. Equipes fizeram perícia na região e constataram que se tratava mesmo de um manguezal. A polícia, agora, tenta identificar o dono da retroescavadeira, que foi apreendida. Ele também responderá por crime ambiental e terá que recuperar toda a área destruída.
A ação do Inea ocorreu após denúncia do biólogo Mario Moscatelli, que atua em programas de reflorestamento na região há quase 20 anos.
Em sobrevoo feito no dia 19 de novembro, o biólogo flagrou a ação de retroescavadeiras nas proximidades do manguezal, às margens da Rodovia Washington Luiz. De acordo com Moscatelli, embora a maior parte do terreno já estivesse degradada, as obras estão avançando numa Área de Preservação Permanente (APP), próxima ao fundo da Baía de Guanabara.
José Maurício Padrone afirmou que a região onde foi constatado o crime ambiental é alvo de uma desenfreada especulação imobiliária. Com o fechamento do aterro de Jardim Gramacho, em junho de 2012, os terrenos ganharam valor, diz o chefe da Cicca, ligada à Secretaria Estadual do Ambiente.
O Globo, 04/12/2013, Rio, p. 15
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