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Muita terra para pouco índio

Jornal do Brasil - Rio de Janeiro - RJ
Autor: Marcus Fernando Fiori
18 de Mar de 2001

Segundo a administração da Funai em Araguaína (Tocantins), que cuida da Terra Indígena Krikati, os índios passarão a ter 146 mil hectares de terra depois da demarcação. O órgão registrou três aldeias dentro dos limites da reserva. A maior delas, a Guajajara, tem população de 556 índios, distribuídos em 132 famílias. Depois vem a aldeia Raiz, com 59 indivíduos de 18 famílias, e, por último, a Recanto dos Cocais, com 41 índios e 7 famílias. No total, são 656 índios, em 157 famílias.
Mas até nisso os sertanejos discordam da Funai. Eles garantem que não há na região mais do que 300 índios. A administradora da Funai em Araguaína, Maria Maziolene, informa que o levantamento fundiário nos limites da terra indígena ainda não foi feito. Na verdade, o órgão não tem idéia de quantos agricultores estão na área.
O levantamento fundiário, diz Maziolene, está sendo feito pela Funai com apoio do Incra e do Instituto qe Terras do Maranhão. "A Funai não paga indenização pelas terras porque considera que não pertenciam aos colonos antes de eles a ocuparem."
Maziolene afirma que, "quando foi decretada a terra indígena, quem estava dentro dos limites da reserva, estava onde não devia, mesmo devidamente documentado". A Funai iniciou a demarcação em 1997.
"O Incra colaborou na demarcação, mas a questão nada tem a ver com o Incra", garante o engenheiro agrônomo Duarte Assunção, do Incra de Imperatriz (MA). "Toda essa terra foi incorporada ao patrimônio da Funai. Mas essa gente é muito apegada à terra. Provavelmente, o despejo desse pessoal vai se constituir em sério problema para o Incra, que depois terá de assentá-lo em outro local."

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