VOLTAR

MST pode ter curso em área de floresta

OESP, Nacional, p. A13
02 de Nov de 2008

MST pode ter curso em área de floresta
Instituto Chico Mendes veta idéia, mas conselho deu parecer a favor

José Maria Tomazela

O conselho consultivo da Floresta Nacional de Ipanema (Flona), em Iperó, região de Sorocaba, deu parecer favorável à instalação de um curso especial de agronomia para assentados da reforma agrária na unidade de conservação federal. O curso havia sido vetado pela Coordenadoria de Florestas do Instituto Chico Mendes, órgão superior na hierarquia do Ministério do Meio Ambiente, porque a atividade não está prevista no plano de manejo da Flona.

A chefe da unidade de conservação, Fabiana Bertoncini, pediu a reconsideração do veto. "Não é um curso de agronomia comum, mas voltado para a agroecologia e o desenvolvimento sustentável, que tem tudo a ver com a Flona", disse.

Técnicos da unidade alertaram para o impacto do aumento na presença de pessoas e veículos no interior da floresta. O curso vai atender 60 integrantes de assentamentos paulistas, ligados, na maioria, ao Movimento dos Sem-Terra (MST).

Os movimentos trabalharam pela aprovação do curso na Flona por causa da proximidade dos assentamentos de Iperó e Porto Feliz.

Segundo a Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), o curso terá duração de cinco anos e as aulas serão alternadas com períodos em que os alunos permanecem nos assentamentos.

As inscrições estão abertas e podem ser feitas até o dia 8 no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em São Paulo. Os candidatos têm de comprovar a condição de assentado e passarão por um processo seletivo específico. As aulas começam em 12 de janeiro.

O curso, gratuito, será custeado pelo Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera). Enquanto a área não for liberada, as aulas serão em Iaras, a 250 quilômetros de Iperó.

A direção do MST considera o veto "preconceito". O coordenador substituto de Florestas do Instituto Chico Mendes, José Carlos Menezes, informou que prevalece a posição contrária.

OESP, 02/11/2008, Nacional, p. A13

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.