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MSD e parceiros fazem progresso no compromisso para eliminar a cegueira dos rios

Folha Web - http://www.folhabv.com.br/
14 de Mar de 2011

As autoridades de saúde pública que participam da 20a Conferência Interamericana sobre Oncocercose, realizada em Antígua, Guatemala, confirmaram que mais de um terço de todos os latino-americanos em risco de contrair cegueira dos rios (oncocercose), uma importante causa de cegueira evitável, não se encontram mais em situação de risco.

As autoridades atribuem o sucesso na América Latina a uma parceria público-privada liderada pelo Centro Carter, organização sem fins lucrativos fundada em 1982 pelo ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, que atua na educação sobre a prevenção da oncocercose e oferece tratamento contra a doença. O Centro Carter - por meio de seu patrocínio à OEPA - Onchocerciasis Elimination Program in the Americas (Programa de Eliminação da Oncocercose nas Américas) - apoia os ministérios da saúde de seis países afetados na América Latina, entre eles o Brasil, em suas atividades de educação em saúde e na distribuição do medicamento da MSD, ivermectina (cuja marca registrada é MECTIZAN).

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, a oncocercose afeta uma parte da terra indígena yanomami. Nessa área, sob risco da infecção, residem cerca de doze mil brasileiros em 193 comunidades de 22 polos-base. Algumas aldeias são de difícil acesso, especialmente na Região Amazônica fronteiriça com o sul da Venezuela. Situado na Amazônia brasileira, o foco abrange grande parte do território Yanomami, no noroeste do Estado de Roraima e extremo norte central do Estado do Amazonas.

O País está fazendo progressos para romper com a transmissão da doença. As pessoas residentes nas regiões sob risco de infecção são submetidas a tratamentos semestrais ou até trimestrais, até mesmo os visitantes da região recebem tratamento. Segundo João Batista Furtado Vieira, coordenador do Programa Nacional de Eliminação da Oncocercose do Ministério da Saúde, "A meta para 2011 é realizar 29.572 tratamentos abrangendo 12.782 pessoas, e empreender todos os esforços para alcançar a meta de eliminar a transmissão no foco amazônico até o final de 2012".

"A MSD doa MECTIZAN há mais de 20 anos e continuará a fazê-lo até que a cegueira dos rios se torne uma doença do passado", afirmou Richard T. Clark, presidente do conselho e presidente da MSD global. "O progresso obtido na América Latina nos inspira e continuamos a considerar que parcerias público-privadas como esta são essenciais para conseguirmos efetivamente melhorar a saúde em todo o mundo".

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) aprovou uma resolução histórica em 2008, determinando que a transmissão da cegueira dos rios na América Latina deveria ser interrompida até 2012 e a certificação de eliminação da doença obtida em 2015. Na América Latina, a cegueira dos rios historicamente afeta pessoas no Brasil, Colômbia, Equador, Guatemala, México e Venezuela. Atualmente, aproximadamente 184.310 ou 34% das 542.945 pess oas anteriormente em risco não estão mais ameaçadas pela doença.

Programa de Doação de MECTIZAN

O Programa de Doação de MECTIZAN da MSD anunciou este mês que irá doar US$150 mil ao Centro Carter para vigilância pós-tratamento nas áreas em que a transmissão da cegueira dos rios foi interrompida e para confirmar que o tratamento com MECTIZAN não é mais necessário. A Organização Mundial da Saúde exige três anos de vigilância antes de atestar que um país oficialmente eliminou a cegueira dos rios. O financiamento será na forma de "desafio de subvenção" segundo o qual o Centro Carter deverá obter US$ 150 mil adicionais em verbas correspondentes, mobilizando efetivamente US$ 300 mil para o esforço.

Em outubro de 1987, a MSD anunciou que doaria MECTIZAN - o único medicamento bem tolerado com capacidade para interromper o desenvolvimento de oncocercose - a todos que dele necessitam e pelo tempo necessário até que a oncocercose fosse eliminada como problema de saúde pública. O Programa de Doação de MECTIZAN atende mais de 100 milhões de pessoas anualmente, no mundo.

Na América Latina, desde 1989, mais de 9,6 milhões de tratamentos com MECTIZAN doado foram ministrados por profissionais da saúde das comunidades e organizações não governamentais. Atualmente existem programas de tratamento no Brasil, Guatemala, México e Venezuela. A Colômbia e o Equador estão sob vigilância pós-tratamento para confirmar que a transmissão da cegueira dos rios foi interrompida.

Sobre a MSD

A MSD é uma nova empresa farmacêutica global, fruto da fusão, em 2009, entre duas empresas tradicionais na área de saúde: a Merck Sharp & Dohme e a Schering-Plough. A MSD é líder global na área de cuidados com a saúde e conta com uma linha diversificada de medicamentos, vacinas e produtos para a saúde humana e a animal. Esse portfólio inclui atualmente mais de 15 produtos em fase avançada de pesquisa, em áreas terapêuticas fundamentais, como cardiologia, diabetes, neurologia, infectologia, doenças respiratórias e distúrbios neurológicos. Além disso, é uma empresa comprometida em ampliar o acesso a seus medicamentos para o maior número de pacientes possível, por meio de programas abrangentes de educaç ão em saúde dirigidos à população e doação de seus medicamentos às pessoas que deles necessitam.

Conhecida globalmente como MSD (somente nos EUA e Canadá a empresa é denominada Merck), conta atualmente com cerca de 106 mil funcionários e opera em mais de 140 países. No Brasil, tem seis unidades fabris, nos estados de São Paulo e Ceará, e emprega mais de 2.000 funcionários.

Informações sobre Oncocercose

O que é?

Oncocercose ou Cegueira dos Rios

Características

Doença parasitária crônica. Sinais e Sintomas: nódulos no corpo ou na cabeça; lesões na pele; coceira intensa; espessamento, fibrose e perda da elasticidade natural da pele; doença dos olhos (se não for ministrado tratamento adequado ao paciente, a doença pode evoluir para cegueira);

Como se transmite?

Pela picada de insetos (algumas espécies de simulídeos).

Como tratar?

Com medicação à base de ivermectina, administrado por via oral, com periodicidade trimestral ou semestral por um período de 12-14 anos.

Como se prevenir?

Evitar locais mais infestados; usar repelentes; usar mosquiteiros. Promover coberturas de tratamento coletivo das comunidades afetadas, a fim de eliminar a disponibilidade de fontes de infecção.

Aspectos ambientais

A prevalência da oncocercose é influenciada pela proximidade dos rios e afluentes, local propício para o desenvolvimento dos mosquitos.

http://www.folhabv.com.br/noticia.php?id=105025

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