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MS no Rumo Certo

Jornal O Progresso - www.progresso.com.br
14 de Out de 2008

O Mato Grosso do Sul completa hoje 31 anos de criação e tem motivos de sobra para comemorar. Afinal, o Estado é um dos mais novos do Brasil e já figura como um dos mais importantes celeiros de alimentos e energia da América Latina, sendo apontado, inclusive, como candidato a líder nacional na produção de etanol, posição que poderá ser conquistada nos próximos anos. Hoje, o Estado tem mais de 240 mil hectares ocupados com lavoura de cana-de-açúcar e quando 2011 chegar serão 72 indústrias sucroalcooleiras em plena atividade, gerando dezenas de milhares de postos de trabalho, distribuindo riquezas e garantindo divisas que farão de Mato Grosso do Sul o principal produtor de energia do Brasil. A festa de 31 anos de criação do Estado que alimenta o País só não é maior porque a Fundação Nacional do Índio (Funai) decidiu espalhar a insegurança jurídica ao assinar o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que pretende tirar terra produtiva de quem está legitimamente na propriedade para entregar às comunidades indígenas.

Resultado de um longo movimento divisionista que começou com as lutas coronelistas no final do século XIX e se estendeu até meados de 1930, a criação de Mato Grosso do Sul ganhou força em virtude da política discriminatória adotada por Cuiabá em relação ao sul do Estado. Tanto que antes da metade do século passado o movimento separatista já havia chegado às cidades que estavam insatisfeitas com a falta de atenção do governo central e população começava a participar das discussões em torno da criação de um novo Estado. O movimento ganhou força com a redemocratização conduzida pelo presidente Getúlio Vargas que, inclusive, escolheu o Sul do MT para implantar, no início dos anos 50, o primeiro projeto de reforma agrária realizado no Brasil. Nascia, então, a Colônia Agrícola de Dourados, que acabou sendo o grande fator de desenvolvimento de toda a região e deu corpo à proposta de dividir o então Mato Grosso, já que a insatisfação da sociedade era cada vez maior a partir do momento em que o Sul do Estado produzia tanto e recebia quase nenhuma contrapartida de Cuiabá.

Ao mesmo tempo em que crescia, a região tornava-se estratégica para os políticos que tentavam chegar ao governo de Mato Grosso, a ponto dos eleitos serem sempre aqueles que defendiam a tese separatista. Com o golpe militar de 1964 e, mais tarde, com a chegada do general Ernesto Geisel à presidência da República, o projeto de Lei que dividia o Mato Grosso em dois, criando um novo Estado, foi encaminhado ao Congresso Nacional com a proposta original de se criar o Estado de Campo Grande, com a capital sendo a própria Campo Grande. Ao ser sancionada por Geisel, em 11 de outubro de 1977, o nome foi mudado para Mato Grosso do Sul, mantendo Campo Grande como capital. A instalação do novo Estado, porém, aconteceu somente em março de 1978 com a nomeação do engenheiro Harry Amorim Costa como primeiro governador de Mato Grosso do Sul, mas a posse efetiva como governador foi em 1o de janeiro de 1979, durante sessão solene no Teatro Glauce Rocha e que contou com a presença do presidente Ernesto Geisel.

A vida política do novo Estado foi conturbada, tanto que Harry Amorim Costa permaneceu menos de um ano no cargo e acabou substituído pelo também engenheiro Marcelo Miranda, que não teve nem tempo de se acomodar na cadeira de governador e foi substituído por outro engenheiro: Pedro Pedrossian. Preocupado com as eleições de 1982, o Palácio do Planalto queria que o caçula Mato Grosso do Sul tivesse no comando alguém capaz de promover a unidade política no Estado. Não adiantou. O candidato que tinha o apoio da Arena e do PDS foi derrotado pelo advogado Wilson Barbosa Martins, um ex-deputado federal que havia sido cassado pelo regime e voltou ao poder através dos braços do povo. Foi a partir daí que o Mato Grosso do Sul começou a ganhar contornos de um Estado de verdade, com políticas públicas voltadas para todo conjunto da sociedade e não apenas para aqueles que tinham proximidade com o poder. Hoje, aos 31 anos, Mato Grosso do Sul está novamente no rumo do desenvolvimento e deve isto a cada pessoa que, apesar das adversidades e dos tropeços políticos nas urnas, não cansa de sonhar com um Estado melhor. Parabéns MS!

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