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MPF investiga exploração ilegal de madeira e ameaças a indígenas no Amazonas

Amazonas atual https://amazonasatual.com.br
29 de Mai de 2019

O MPF (Ministério Público Federal) abriu inquérito para investigar suposto esquema de exploração ilegal de madeira no território indígena Andirá-Marau, onde vivem comunidades tradicionais do Rio Urupadi, em Maúes (a 276 quilômetros de Manaus). Ao MPF, lideranças indígenas relataram sofrer ameaças de empresários após denúncias de exploração ilegal de madeira na região.

O procurador da República no Amazonas, Fernando Soave, afirmou que lideranças comunitárias afirmaram sofrer constrangimentos e ameaças por parte dos empresários e pessoas ligadas à exploração ilegal de madeira na região. "(O MPF) resolve converter os presentes autos em inquérito civil para apurar a ocorrência de invasões, exploração ilegal de recursos e ameaças aos modos de vida das comunidades tradicionais do rio Urupadi, em Maués/AM, bem como a demanda por criação de unidade de conservação na área", diz trecho do documento.

A terra indígena Andirá-Marau fica na divisa dos estados do Amazonas e do Pará. De acordo com o Ibama, a região possui 788,5 mil hectares e é tradicionalmente ocupada por grupos da etnia Sateré-Mawé.

Os indígenas afirmam que, embora a área tenha sido georreferenciada pelo Programa Terra Legal, há interesse das comunidades locais na criação de uma unidade de conservação na área, com intuito de proteger os recursos naturais e seu uso sustentável pelas comunidades, muitas das quais trabalham com cultivos orgânicos.

Soave determinou audiência pública em Maués na próxima quarta-feira, 5, com participação de representantes de órgãos ligados à preservação do meio ambiente. A visita, no entanto, começa na segunda-feira, 3, e terá representantes da Sema, Ipaam, Ibama, DPE, DPU, Funai, ICMBio, MP-AM, TJAM, CIMI, Ifam e Ufam.

Exploração ilegal
Em março de 2015, o Ibama apreendeu 277 toras de madeira e três máquinas carregadeiras no Rio Uaicurapá na Operação Muiraquitã. O órgão informou que os infratores não tinham DOF (Documento de Origem Florestal) e que a madeira ilegal havia sido extraída da terra indígena Andirá-Marau.

A mesma operação resultou no embargo de 115 hectares de área desmatada ilegalmente, o equivalente a 115 campos de futebol. As multa totalizaram cerca de R$ 1 milhão, segundo o Ibama. A maior parte das áreas embargadas durante a operação fica no Assentamento Vila Amazônia.

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