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MPF exige repressão de grileiros no Xingu

Amazônia.org.br
06 de Mar de 2008

O Ministério Público Federal quer que a União e o Instituto Chico Mendes reprimam a ação de grileiros de terras e ladrões de madeira na Reserva Extrativista do Médio Xingu. Grileiros e Fazendeiros estão sendo acusados pelo MPF de ameaçar lideranças das comunidades tradicionais da área com a presença de pistoleiros contratados. Para pressionar a União, o procurador da República em Altamira, Marco Antonio Delfino de Almeida, entrou com ação para obrigar a União e o Instituto Chico Mendes a agir. A Resex está em fase final de implantação, mas com a demora em implantá-la os conflitos estão cada vez mais frequentes e os grileiros e grupos armados estão derrubando a floresta com motosserras.

Uma das vítimas apontadas na ação é o lavrador Herculano Costa da Silva que foi sequestrado por desconhecidos e levado para um local distante na mata. Ele só foi solto depois de ter prometido não mais voltar à Resex. O lavrador foi um dos maiores incentivadores da entusiastas da idéia de transformar a área em reserva Ele teme represálias por parte dos homens que o sequestraram e considera-se o principal alvo dos que querem impedir a criação da Resex.

Já foram identificados entre os responsáveis pela derrubada de trechos da floresta na área Francisco Adebaldo Araújo, Alberto Alves Bilmayer e Iraci dos Santos Pereira, que foram autuados pelo Ibama por extração ilegal de madeira e, poderão ser expulsos da área pelo Instituto Chico Mendes em ação de fiscalização com apoio policial.

'Na verdade, o desmatamento de áreas dentro de futura reserva é uma estratégia comum dos grileiros para tentar inviabilizar a criação da Unidade de Conservação', diz o MPF na ação cautelar. E requer a ação da Justiça Federal na questão: 'é imperiosa a tutela jurisdicional, para salvaguardar a sobrevivência da população tradicional, bem como tornar possível a implantação da Reserva Extrativista do Médio Xingu. A conduta adotada pelos fazendeiros e grileiros ao ameaçar a população local e explorar ilegalmente os recursos naturais da área, coloca em risco a criação da Reserva que, frise-se, está em fase final de implantação', diz o procurador da República. A Resex tem 303 mil hectares, foi requerida pela população tradicional e é o último trecho que espera decreto presidencial para composição de um bloco contínuo de áreas protegidas na Terra do Meio, entre os rios Iriri e Xingu, no oeste do Pará.

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