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MPF conclui que bala que matou indígena no MS foi disparada pela PF

OESP - http://politica.estadao.com.br/noticias
19 de Out de 2016

MPF conclui que bala que matou indígena no MS foi disparada pela PF
Morte ocorreu durante processo de reintegração de posse na Fazenda Buriti, no município de Sidrolândia, a cerca de 80 km ao sul de Campo Grande

André Borges,

BRASÍLIA - O Ministério Público Federal (MPF) no Mato Grosso do Sul concluiu, em inquérito, que a bala que matou o indígena Oziel Gabriel, em maio 2013, foi disparada pela Polícia Federal.
A morte ocorreu durante processo de reintegração de posse na Fazenda Buriti, no município de Sidrolândia, a cerca de 80 km ao sul de Campo Grande.
Segundo trecho do processo divulgado pelo MPF/MS, o indígena Oziel Gabriel portava, exclusivamente, uma faca embainhada, arco e flecha e se posicionava atrás de uma árvore, quando foi atingido por "munição 9 mm marca CBC com encamisamento tipo Gold, de uso exclusivo da Polícia Federal".
No relato, a procuradoria afirma que "não se sustente que, naquela situação, portando faca, arco e flecha, a cerca de 100 metros de distância do pelotão, o indivíduo apresentava imediato risco de morte, pois, fosse assim, mais da metade dos indígenas seria alvo de ação letal da Polícia".
"Apesar da conclusão de que o tiro que matou o indígena partiu de uma arma usada pela Polícia Federal, não se obteve sucesso em localizar a munição para identificar o policial autor do tiro, de forma que não restou alternativa que não o arquivamento do inquérito policial", declara o MPF/MS.
O MPF concluiu que aquela a operação policial realizada em 30 de maio de 2013, foi uma ação "fracassada, com graves erros", que resultaram ainda em outras 7 vítimas não fatais de arma de fogo (quatro policiais, dois indígenas e um cão militar), nove policiais feridos por pedras e 19 indígenas feridos por munição de borracha, totalizando 36 vítimas. A sindicância interna da PF chegou à conclusão de que não houve irregularidade na operação e o parecer pelo arquivamento da investigação foi acatado pela superintendência da PF.
Para o MPF, a delegada Juliana Resende Silva de Lima, esposa de um dos comandantes da operação, delegado Eduardo Jaworski de Lima, cometeu ato de improbidade, ao não se declarar impedida de elaborar o parecer, mesmo sendo esposa de um dos principais interessados no arquivamento. O MPF ajuizou ação de improbidade administrativa contra a delegada, que tramita na Justiça Federal de Campo Grande.
Procurada pela reportagem, a Superintendência Regional da PF no Mato Grosso do Sul informou que aguarda mais informações sobre o processo do Ministério Público para, depois disso, divulgar uma nota sobre o caso.

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