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Movimento "Índios Sem Aldeia" é lançado na Maloca da Ciência e da Cultura do CPqL&MD

Amazonia.org.br
17 de Out de 2004

Foi lançado, no último dia 25, o Movimento Indígena "Índios sem aldeia" na Oca da Ciência e Cultura da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Amazônia, com a presença de cerca de 50 indígenas para a leitura de um manifesto requerendo espaço de vivências para culturas tradicionais que se encontram no perímetro urbano do Estado do Amazonas. A meta agora, segundo o Diretor regional, Luciano Toledo, é fazer exposições permanentes e dar cursos neste que é um espaço próprio para o estabelecimento de uma relação mais próxima da ciência e do saber tradicional.

Na ocasião da leitura do manifesto os indígenas cantaram, dançaram, comeram quinhãpyrã e expuseram seus artesanatos. Em seu discurso de agradecimento pelas homenagens prestadas pelos indígenas, o presidente da fIocruz, declarou estar emocionado com a expressão de sabedorias de povos tão antigos.

O diretor regional considera que este é um momento ímpar na história do Centro de Pesquisa Leônidas e Maria Deane (CPq&LMD), principalmente pelo fato desse apoio dado por essa unidade expressar simbolicamente os compromissos que têm com os grupos socialmente mais vulneráveis da Amazônia. "O lançamento da pedra fundamental do Movimento dos Índios sem Aldeia, que aconteceu no mesmo dia da Reunião do Conselho Deliberativo da Fiocruz, foi visto como uma possibilidade, de através da convivência com etnias remanescentes do Estado do Amazonas, desenvolver práticas de resgate das tradições e resguardar novos indígenas desaldeados e desprotegidos que vivem na periferia de Manaus".

O pajé e escritor de etnia Tukano, Gabriel Gentil, em seu discurso, agradeceu pelo reconhecimento do Movimento Indígena pela Fiocruz. O pajé considera que a presença de diversos visitantes dirigentes das unidades da Fiocruz no Brasil e do seu presidente, Paulo Buss, deu ao movimento maior visibilidade. "O movimento começou bem, nos reunimos para sacralizar o monumento que guardará a pedra quartzo, símbolo que, para nós, representa o Deus Sol. Assim compartilhamos nossas idéias, necessidades e sentimentos sobre nossa situação atual e nossos projetos para um futuro melhor".

Na ocasião da leitura do manifesto os indígenas cantaram, dançaram, comeram quinhãpyrã e expuseram seus artesanatos. Em seu discurso de agradecimento pelas homenagens prestadas pelos indígenas, o presidente da Fiocruz, declarou estar emocionado com a expressão de sabedorias de povos tão antigos.

Os indígenas que organizaram o movimento são oriundos dos rios Ualpés, Negro, Içana e Baixo e Médio Amazonas. Dentre as etnias encontradas estão Dessano, Tukano, Piratapuia, Baré, Munduruku, Mura e Wanana. Para Maria Ângela Moura, Coordenadora da Associação de Arte e Cultura Indígena do Amazonas, a meta desse trabalho é atingir pessoas dessa mesma origem. "Queremos que mais indígenas venham a fazer parte da nossa associação".

A Assessora de Planejamento da Fiocruz/Amazônia, Olga Dar´c, informou que a Oca da Ciência abrigará as diversas etnias que apresentarão, de forma intercalada, sua arte e sua cultura: artesanatos, músicas, dança, língua, comidas, bebidas, consultas com pajés, ervas medicinais dentre outras coisas.

Os indígenas iniciam a preparação do calendário de atividades que norteará as ações na Maloca da Fiocruz . Está previsto o desenvolvimento de atividades de resgate da cultura indígena tradicional conforme calendário de mitos seguidos de suas respectivas cerimônias, bem como cursos e representações da arte e da cultura indígena, em todas as suas manifestações sociais e religiosas.

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