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Mourão contraria Bolsonaro e apoia destruição de garimpo ilegal

O Tempo - https://www.otempo.com.br/politica/governo
29 de Nov de 2021

Mourão contraria Bolsonaro e apoia destruição de garimpo ilegal
O vice-presidente deu a declaração nesta segunda-feira, após operação da PF e das Forças Armadas contra garimpo ilegal no Rio Madeira, na Amazônia

Por Renato Alves | O TEMPO Brasília
29/11/21

Contrariando o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que defende mineração até em terras indígenas, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), defendeu nesta segunda-feira (29) a apreensão ou destruição de equipamentos usados em garimpo ilegal.

No fim de semana, a Polícia Federal, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Marinha e a Aeronáutica deflagraram a Operação Uiara em um trecho do Rio Madeira, no Amazonas, para tentar acabar com a exploração ilegal de ouro em massa. Os agentes prenderam três pessoas e inutilizaram 131 balsas.

"Tinha que ter feito da forma como foi, né? Quem está ilegal tem que ter o equipamento apreendido ou destruído", destacou o vice-presidente em entrevista antes de entrar em seu gabinete, na manhã desta segunda-feira.

A destruição de maquinário usado para garimpo ilegal em ações de fiscalização do Ibama é amparada pela legislação, por duas razões: a dificuldade de rebocar os equipamentos apreendidos e a possibilidade de ações armadas para resgatar os veículos.

Mourão reconheceu que é preciso manter a vigilância na região. "O garimpo já foi devidamente dispersado, vamos dizer assim. Mas tem que manter uma vigilância constante, porque tem ouro lá, se não houver a vigilância, o pessoal volta."
Garimpeiros formaram vila flutuante

Nas últimas semanas, centenas de balsas e dragas atracaram em um único ponto do Rio Madeira, para exploração em massa de ouro. Eles formavam uma espécie de vila flutuante, em frente a uma pequena comunidade ribeirinha.

Na semana passada, segundo o Greenpeace, havia ao menos 300 balsas na região, sem licença ambiental para mineração. Os garimpeiros se dispersam do local na sexta-feira (26), mas alguns continuaram operando de forma ilegal.

A Polícia Federal não informou quanto ouro foi apreendido e o que foi feito com as outras balsas. Não há informações também sobre outras pessoas que estavam nas balsas e não foram presas nem como será feita a fiscalização da área depois da operação.
TCU apura possível omissão do governo federal

O Ministério Público de Contas acionou o Tribunal de Contas da União (TCU) para investigar uma possível omissão de órgãos fiscalizadores no combate ao garimpo ilegal no Rio Madeira. No requerimento, o Ministério Público pede que a apuração seja voltada, especialmente, para a atuação da Polícia Federal e Marinha do Brasil.

As autoridades do governo federal e os órgãos de fiscalização se mobilizaram para atuar na região após a repercussão das imagens da aglomeração de balsas de garimpeiros. Porém, imagens feitas pelos próprios infratores mostram que estavam descendo o rio para local há pelo menos quatro meses.
Amazônia tem mais de 4 mil pontos de garimpo ilegal

Milhares de garimpeiros exploram o rio Madeira, que nasce na porção boliviana da Cordilheira dos Andes e atravessa mais de 3 mil quilômetros por Rondônia e Amazonas. Eles se dirigiram para Autazes depois que circulou a informação de que havia muito ouro naquele ponto do rio.

Um estudo recente, publicado em dezembro de 2020 pela Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada (Raisg), estima que a Amazônia tinha 4.472 pontos de garimpo ilegal identificados, sendo mais da metade, ou 2.576, atuando em território brasileiro.

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